sexta-feira, 30 de setembro de 2011

ARTIGO DO AUGUSTO ACIOLI

"Viva os 80 anos da Estátua do Cristo Redentor!"






19310620 Hidroavião Dornier DO-X 1929 sobrevoando a Enseada de Botafogo, na cidade do Rio de Janeiro, Brasil (Foto: Wikipédia a enciclopédia livre)


Ao aproximar-se a data do 80º aniversário de inauguração da Estátua do Cristo Redentor (19h15min do dia 12 de outubro de 1931), que tal relembrarmos uma rara imagem que passou a figurar, a partir de 20 de junho de 1931, na história da Cidade do Rio de Janeiro (então capital da República), aproximando a mais adiantada tecnologia aeronáutica daquela época, representada pelo hidroavião Dornier DO-X 1929, ao monumento que seria inaugurado alguns meses após, e eleito em 07 de julho de 2007, no estádio da Luz, situado em Lisboa, Portugal, uma das novas 07 (sete) maravilhas do mundo? Com pequeno esforço visual é possível identificar os andaimes da obra ainda em fase de acabamento.



Fabricado pela empresa alemã Dornier Flugzeugwerke, o protótipo DO-X 1929 era, então, o maior hidroavião de transporte do mundo. Possuía 03 (três) andares assim divididos: 1º piso (combustível e bagagens); 2º piso (cabines-dormitório, sala de estar, biblioteca, restaurante e bar) equipado com valioso mobiliário, luxuosos sofás e poltronas em couro, quadros, tapetes, taças de cristal e requintado serviço em porcelana que davam suporte às finas bebidas e apreciadas iguarias listadas em variado cardápio; 3º piso (cabine de comando).


A equipe de bordo poderia alcançar de 10 a 14 (quatorze) tripulantes e embora sua capacidade de transporte fosse da ordem de 66 a 100 passageiros, por segurança, operava com um limite de lotação em torno de 70 (setenta) usuários. É importante registrar que em 21 de outubro de 1929 realizou um vôo teste de 01h00 (uma hora) de duração sobre o Lago Constance (está situado entre a Alemanha, Áustria e Suíça) com 169 pessoas a bordo. Este acréscimo do número de participantes foi possível graças à ausência de bagagens e redução do peso de seu tanque de combustível, face ao curto espaço de tempo necessário àquela demonstração pública.



A velocidade máxima de cruzeiro era de 210 kms/h, possuía um comprimento 40,1 metros, envergadura 48 metros, altura 10,1 metros, autonomia de 2.300 kms, teto de vôo 3.200 metros, peso máximo de decolagem 52.000 Kgs e capacidade de acondicionar até 23 mil litros de combustível.



Embora testado pela Lufthansa, o DO-X 1929 não obteve o sucesso comercial esperado, em face de seu elevado custo de operação, sendo o projeto desativado, em 1934, e o protótipo levado para o Museu da Aviação, em Berlim (Deutsche Technikmuseum), onde acabou sendo destruído durante um bombardeio aliado na 2ª Guerra Mundial (ano 1943).



Em contrapartida, nossa querida estátua do Cristo Redentor vai muito bem obrigado, e, tal qual as amadas velhinhas presentes em lares e pensamentos, após receber embelezamento, moderna iluminação e melhoramentos diversos, passou a representar o mais importante símbolo de identificação da Grande Família Brasileira, no exterior.



Trata-se, sem dúvida, de um motivo adicional de orgulho para nós, Cariocas, que por já vivermos cercados de tantas belezas, sentimos um prazer indescritível em desfrutá-las na companhia dos migrantes e turistas que, ao nos honrarem com suas presenças, demonstram apreço pelo Rio de Janeiro, um ponto no mapa da Nação Brasil que se encontra guardado e protegido, para sempre, em nossas mentes e corações. "Viva os 80 anos da Estátua do Cristo Redentor!"
Autor: Augusto Acioli de Oliveira – Economista


augao148@gmail.com
Bibliografia: GooglesLiterário - RPires - www.literario.com.br/dox.htmPesquise em Camocim http://pesquisecamocim.blogspot.com/2011/08/donier-do-x.html
Wikipédia, a enciclopédia livrenota: foram constatadas nas pesquisas realizadas para a elaboração desta matéria, algumas divergências quanto a dados técnicos do hidroavião Dornier DO-X 1929, bem como dificuldade de obtenção de registros que permitissem a confirmação de datas, horários e eventos ocorridos na cidade do Rio de Janeiro durante o tempo em que por aqui permaneceu. Esses detalhes, entretanto, não impediram que fosse alcançado o objetivo final da crônica.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

ARTIGO DE MARIA LUCIA VICTOR BARBOSA

O SUBMUNDO DO GOVERNO
Maria Lucia Victor Barbosa
02/09/2011

Em 1914, Robert de Jouvenel dá o título de “O quarto poder” a uma das partes de sua obra, La République des camarades. Ali ele registrou:

“Quando um parlamentar conhecido se abstém durante muito tempo de frequentar essa bolsa de confidências e difamações, sua pessoa poderá ser vista a perambular tristemente de grupo em grupo, à cata do jornalista que se disponha finalmente a vir solicitar confidências destinadas ao grande público”.

Jouvenel mostrou, assim, a força do “quarto poder”, ou seja, dos jornais do seu tempo. Ele não podia imaginar a influência que teriam mais tarde o rádio e a televisão sobre a massa.

O quarto poder continua a movimentar opiniões, mas, no momento, em nosso país, é de se duvidar que algum político busque jornalistas de certos veículos da grande imprensa, os raros que possuem independência suficiente para mostrar o submundo do governo. Destes jornais e revistas os políticos devem estar fugindo como diabo da cruz. É que o quarto poder anda derrubando ministros, mostrando com fatos e documentos a máfia no que se transformou o governo do PT e de seus aliados.

Logo a propaganda se apropriou das denúncias do quarto poder e atribuiu à presidente da República uma hipotética faxina, na verdade apenas desencadeada no Ministério dos Transportes, inclusive, com a queda do ministro Alfredo Nascimento. Antonio Palocci da Casa Civil, Nelson Jobim da Defesa, Wagner Rossi da Agricultura caíram de podres e para não macular a imagem da presidente, exatamente como acontecia no governo do blindado Lula da Silva.

Tornaram-se intocáveis os titulares que pertencem ao PT ou ao PMDB, como aqueles dos ministérios do Turismo, das Cidades, das Comunicações, da Casa Civil, das Relações Institucionais e quantos mais estejam na mira do quarto poder, como o dos Esportes. A presidente declarou que só mexe nessas pastas, em que pesem as denúncias sobre as mesmas, se os partidos pedirem, algo risível. Partidos não pedem para sair de cargos, mas para entrar em quantos cargos puderem.

Para contrapor à imprensa nacional logo foram espalhados na imprensa internacional elogios mil a presidente da República. Ela surge como corajosa, ética, guerreira contra a corrupção. E a revista Forbes a coloca como terceira mulher mais poderosa do mundo.

Nem uma palavra sobre o intocado submundo da corrupção reinante na república dos companheiros. Nada sobre o fato de que a terceira mulher mais poderosa do mundo reina, mas não governa, pois o comando continua sendo de Lula da Silva que indica ministros, reúne-se com os partidos políticos, faz inaugurações, visita países latino-americanos como se presidente ainda fosse, ensina à sua desajeitada criação política como agir de forma demagógica.

Na última edição da revista Veja, uma matéria sobre José Dirceu mostrou o quanto ele comanda autoridades recebendo seus pleitos, interage com aqueles aos quais denominou de “elites”, mas demoniza os “malditos e impiedosos ricos” que o sustentam como a um nababo e realizam com ele negócios extraordinários. Porém, a revista não contou a quem Dirceu obedece. Certamente a Lula da Silva, pois é de se duvidar que este conceda uma migalha sequer de seu poder a outrem.

A propalada faxina serviu, contudo, para despertar certo temor nos petistas. Recearam os companheiros que o governo de Lula da Silva fosse carimbado como corrupto. Algo extremamente óbvio, pois os ministros que caíram eram os mesmos do ex-presidente e por ele impostos a sua afilhada política. Será que os petistas temem que Lula da Silva apareça como fiador ou cúmplice das falcatruas? Que ele tenha oficializado a velha prática da corrupção que se tornou incomensurável?

Note-se que a própria Rousseff conviveu com o submundo do “reino” lulista e fez parte dele junto com sua fiel servidora Erenice Guerra, alcunhada de Erê 6%.

Converte-se, assim, a presidente na imagem viva da herança maldita de Lula da Silva, uma herança que em vez de legar afanou bilhões que poderiam ter sido aplicados em benefício do povo, e que foram parar no bolso dos larápios da república dos companheiros. Inclua-se aqui o Poder Legislativo, cujo último ato foi o de livrar Jaqueline Roriz do impeachment, prática corrente de autoproteção entre parlamentares.

Da pretensa faxina presidencial emerge também algo óbvio, que tenho repetido em outros artigos. Tudo isto acontece porque não existe oposição, exceto uma ou outra voz isolada. Foi, por exemplo, deprimente ver a foto de Fernando Henrique Cardoso, Geraldo Alckmin e outros próceres tucanos, praticamente aos pés da “terceira mulher mais poderosa do mundo”.

Sem oposição fraqueja a democracia e emerge a ditadura disfarçada do PT. Na impunidade onde a lei é substituída pela ideologia ou pelo interesse pessoal de quem julga viceja o submundo do governo. De tudo se conclui que somos atrasados demais para sermos civilizados, pois permitimos nossa desgraça, alheios aos que nos comandam.

Maria Lucia Victor Barbosa é socióloga.
mlucia@sercomtel.com.br
www.maluvibar.blogspot.com