sexta-feira, 24 de junho de 2011

CONTOS DO MUNIR - 68

VISITA
Parte 3
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Fred, sentiu, novamente, aquela estranha mudança em suas ondas cerebrais.
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Os olhos azuis alegres, o belo rosto emoldurado pelos cabelos dourados, a sorrir, transmitindo o contentamento em vê-lo, fez Fred lembrar-se do belo nascer do sol no Arpoador, que ele vira ao chegar.
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-“Meu filho pediu que você o desculpasse, está em casa formulando novos algoritmos para o softer.”
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Pediu um café descafeinado.
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Sentou-se junto a Fred, que estava lendo “Alice no Pais das Maravilhas” de Lewis Carroll, pseudônimo do Reverendo Charles Dogson, Matemático e Lógico, formado em Oxford. Fred percebeu no livro os fundamentos da Teoria da Relatividade, estabelecida muitos anos depois por Einstein.
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A moça retirou da prateleira o livro da gaúcha Martha Medeiros “Fora de mim” e disse a Fred que ele continuasse sua leitura.
Fred fechou o livro, pediu cappuccino. Gostou e adicionou ao ISH.
Ela perguntou se ele conhecia o Garcia & Rodrigues, Fred achou que eram pessoas: “Quem são eles?
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Sorriu, divertida, e retrucou: “Vamos até lá! Você vai conhecer!
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Foram caminhando, atravessaram a Rua Rita Ludolf, viram o Cafeína, suas mesas na rua.
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O G&R, lanchonete, padaria e restaurante classe A, fica bem em frente ao Hotel Ritz onde Fred está hospedado. Deixaram para lanchar lá, outro dia. Passaram por uma loja de roupas, a Toulon, Fred notou que os manequins eram todos negros, uma jogada de marketing em antecipação à futura ascendente clientela brasileira.
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Os jornais tinham anunciado: O Brasil tinha agora a população branca em menor porcentagem.
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Estavam em frente ao B.B Lanches.
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Na esquina oposta, do outro lado da Ataulfo de Paiva, a Pizzaria Diagonal e a Guanabara, talvez o único local em que se possa comer uma pizza às cinco horas da manhã, depois de assistir, na terça-feira de carnaval, ao último desfile das Escolas de Samba.
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Fred estava maravilhado com tantos detalhes, pensando que aquela companhia feminina era realmente a ideal, mas sequer sabia o nome da sua companheira, também não perguntaria. Alguém lhe havia dito que mulheres não gostavam de perguntas.
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A loura, como a adivinhar seu pensamento: “Meu nome é Nicole.” Ela na verdade lembrava a artista Nicole Kindman.
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Fred notou que eles já haviam passados por cinco farmácias, Nicole continuou: “Se você quiser comprar alguma coisa em qualquer farmácia, pesquise primeiro e pergunte também se não tem convênios, o preço, às vezes, cai a mais de trinta por cento”. Fred espantou-se com o sincronismo.
Nicole apontou para o outro lado da rua: “Ali está o Jobi, um bar que tem o melhor caldinho de feijão do Leblon. Não gosto de passar por ali, a calçada fica ocupada, rapazes e moças fumando e bebendo chope”.
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Pararam em frente à Kopenhagen, loja de chocolate, esquina da Rua General Artigas. Cruzaram a Avenida Ataulfo de Paiva, Nicole apoiando-se no braço de Fred, ambos sentindo a forte química de feromônios.
Na porta da Padaria Rio Lisboa, mesas dispostas na calçada estavam ocupadas por senhoras e senhores idosos, alguns em pé, outros sentados nas cadeiras da rua.
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Nicole disse que os homens eram do “Baixo Vovô”, aposentados do Posto 12 do Leblon.
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Os gêmeos sessentões univitelinos, João e José tal e qual, faziam parte desse grupo. Era impossível diferenciá-los, por isso um tinha barba e o outro não, para não haver dúvidas dos amigos ou namoradas, ou mesmo evitar que eles próprios se confundissem quando estivessem frente a frente e não se julgassem em um espelho. De vez em quando, de molecagem trocavam.
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As mulheres, a maioria, viúvas de oficiais da Marinha. Ao lado, o Talho Capixaba, um antigo açougue, que o dono resolveu inovar e deu certo. Continuou a vender carnes enquanto ia transformando sua casa em uma fina lanchonete, padaria e restaurante, também com mesas na calçada, mas com público diferenciado.
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Na parte da manhã, o povo era outro, viúvos, solteiros e casais com filhos pequenos iam tomar café ali. Eram brindados por um violão afinado, variando de músicas antigas a novíssimas.
(“Baixo Vovô” assim chamado por causa do “Baixo Bebê” um quiosque do Posto 12 cuja proprietária, Dona Marly, resolveu cercar a areia em frente, e lá colocar brinquedos de plásticos, carrinhos e outras diversões para criancinhas. A Prefeitura quis retirar, mas a grita das mamães foi grande e tiveram que ceder. Por sua vez, o nome “Baixo Bebê” se referia ao “Baixo Leblon”, onde estavam circulando Fred e Nicole).
O Dr. Mario pertence ao grupo de terceira idade, a turma do “Kodak Collor 35 mm” filme usado nas antigas máquinas fotográficas, não digitais, extinto em 2010. O Dr. tem 98 anos, vai duas vezes à Padaria, toma um cafezinho e depois segue com sua bengala para o Botequim Azeitona, bebericar sua dose de scotch.
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Nicole conhece o Dr. Mario, afastou-se um pouco de Fred e foi cumprimentá-lo.
Fred resolveu ouvir o que a turma do Baixo Vovô falava, eram comentários sobre o bumbum de Nicole, logo substituídos quando uma morena passou. Ele imaginou que essa era a diversão do grupo.
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O maitre, no salão do Talho Capixaba, convidou-os a entrar. “Obrigado Walter” disse Nicole. Ela parecia conhecer todos os garçons que vinham prestimosos atendê-los.
Ficaram ali conversando por quase duas horas. Fred ainda sofrendo os efeitos da letargia da viagem, quase nove meses, manifestava sinais de cansaço. Nicole o acompanhou até a portaria do Hotel. Fred jogou-se na cama e embarcou em um sono cataléptico. Nesse estado, recebia e transmitia mensagens em nano-ondas.
(Continua Parte 4)
Autor: Munir Alzuguir




E-Mail:alzumunir@gmail.com

sexta-feira, 17 de junho de 2011

CONTOS DO MUNIR - 67

VISITA
Parte 2
PARA OS EXTRALEBLON
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Nosso herói se encontrava no Café Barone da Livraria Saraiva. Continuou suas avaliações sobre a moça loura: gestos educados, agora espontâneos, determinada, gentil, provável executiva, talvez divorciada, (ou em processo de.). Curso superior, elegante, (um pouco fora dos padrões locais), casou-se, mãe muito jovem, e o rapaz junto dela (lembrava mais um irmão ou namorado).

Sem que ela nada pedisse, foram colocadas em sua mesa duas xícaras grandes, fumegantes, encimadas por uma pirâmide branca.
Fred, curioso, perguntou-lhe o que era. Ela, amável, respondeu: “Capuccino” não estranhou, o capuccino era realmente diferente. Convidou Fred para sentar-se à sua mesa. Convite aceito sem relutância.
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Iniciaram uma conversa simpática, o jovem iria especializar-se em informática. Estava elaborando um softer que batizara de “Ressuscita-me” e explicou:
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PROGRAMA RESSUSCITA-ME
Traga de volta seus entes queridos
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Criar algo semelhante ao Facebook com as pessoas que já se foram deste mundo real, e as colocar em um mundo virtual.
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Adicionar fotos, voz (se possível), filmes, frases ouvidas, risos, historinhas e tudo o que tiver da pessoa que você gostaria de rever e conversar.
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Criar uma conta e um e-mail para esse “avatar”.
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Amigos e familiares enviarão todos os dados de que dispõem sobre a pessoa.
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O programa irá configurando o “avatar” e breve estará respondendo como se fosse a própria.”
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Disse mais: “Foi a saudade da minha tia, irmã temporã de minha mãe. Eu tinha grande afinidade com ela, faleceu há pouco tempo, imaginei como falar novamente com ela.”
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Vou integrar o softer na Nuvem da Internet, onde está o Facebook e Orkut, e aumentar as possibilidades de formar o alter-ego desejado.”
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Fred gostou da idéia, um pouco primitiva, e há muito superada pelas nano-ondas que permitiam a comunicação, recuperando ondas sonoras de séculos em qualquer dimensão.
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Combinaram de se encontrar no dia seguinte à mesma hora para continuar a conversa, a moça loura concordou: “também venho, amei o papo.”
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No dia seguinte, só a moça apareceu.
Autor: Munir Alzuguir
E-Mail:alzumunir@gmail.com
CONTINUA...

domingo, 12 de junho de 2011

ARTIGO DE MARIA LUCIA VICTOR BARBOSA

QUEM GOVERNA?
Maria Lucia Victor Barbosa
31/05/2011

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A aparição do ex-presidente Luiz Inácio com objetivo de socorrer sua afilhada política, Dilma Rousseff, por conta do escândalo provocado pelo meteórico enriquecimento do ex-trotskista, ex-prefeito de Ribeirão Preto, ex-ministro da fazenda, ex-deputado federal, atual chefe da Casa Civil e braço direito da presidente, Antonio Palocci, merece algumas reflexões.
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Em fotos estampadas em jornais Luiz Inácio apareceu eufórico entre senadores do PT quase genuflexos diante do chefe. De calça branca ao ex-presidente só faltavam os sapatos bicolores e o chapéu de panamá para completar o traje porque, como todos sabem, a política é feita de malandragem, assumindo frequentemente aspectos de capoeira.
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Luiz Inácio, confortável em seu terceiro mandato, reuniu-se com partidos satélites do PT, almoçou com sua afilhada e o reincidente Palocci, deu muitos conselhos a Rousseff que prontamente obedeceu aos ditames do tutor. Ela deixou por breves momentos seu silêncio sepulcral, seu recolhimento misterioso e veio a público defender o risonho Palocci, mudo como a ex-primeira-dama Marisa Letícia que parece ter feito escola.
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Não se sabe, porém, se a aparição de Rousseff apaziguou os ânimos das bases aliadas, que andam um tanto desalinhadas, se despistou as incríveis fábulas ganhas por um de seus “três porquinhos” de campanha.
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A presidenta, como Rousseff gosta de ser chamada sendo, portanto, uma governanta e não uma governante, não pronunciou a famosa frase petista quando a situação aperta: “assunto encerrado”. Não conseguiu acabar com a encrenca Palocci e, pior, lançou dúvidas sobre o cargo presidencial sendo lícito perguntar: quem governa?
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Como se sabe foi Luiz Inácio quem praticamente compôs o atual ministério indicando, pelo menos, os ministros mais importantes. E se chegou a dizer, segundo a imprensa, que sem Palocci o governo de Rousseff se arrastaria até o fim, isto significa que não confia tanto assim na eficiência de sua sucessora como apregoava na campanha. Por que, então, a colocou lá?
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Bem, em primeiro lugar, porque os possíveis quadros de seu partido não tinham condição de disputar nenhum cargo eletivo, ainda mais a presidência da República. Entre eles, José Dirceu, outro ministro da Casa Civil que teve sérios problemas com algo chamado eufemisticamente de “mensalão”, que na linguagem usual é denominado de suborno e punido como crime nos países onde as leis funcionam. Dirceu voltou à Câmara de deputados, foi cassado e chamado por uma autoridade do Judiciário de “chefe da quadrilha” do “mensalão”, o que não o impediu de ser feliz em suas consultorias e de ter continuado a exercer influência no PT. Dirceu está certo de que será perdoado de todas suas culpas na Justiça, como Palocci o foi e todos os “mensaleiros” serão. Então, quem sabe, alcançará seus sonhos mais elevados.
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Entre os muitos “quadrilheiros” do “mensalão” estava também Delúbio Soares, tesoureiro do PT, que por ter seguido a lei omertá e assumido todas as culpas dos companheiros durante muito tempo teve em sua recente volta ao partido calorosa recepção. Impressionante contraste com o PT de outrora que se dizia o único partido ético, aquele que viria para mudar o que estava errado, inclusive, a corrupção.
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Nos mandatos de Luiz Inácio a avalanche de escândalos nunca antes havida neste país foi bem assimilada pela sociedade, enquanto o presidente da República dizia nada saber a respeito dos fatos mesmo quando as falcatruas eram praticadas por seus subordinados mais próximos e mais íntimos.
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Agora, no governo PT/Rousseff, o escândalo inicial atingiu novamente a Casa Civil, que teve como inquilina anterior a ministra chamada jocosamente de Erê 6%, conhecida por suas práticas nada edificantes no exercício da função e que foi o braço direito da atual governanta. Também Erê parece seguir seu caminho sem medo de ser feliz.
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Em segundo lugar, Luiz Inácio, sem opção para indicar seu sucessor entre companheiros de partido, parece ter pinçado Dilma Rousseff não por suas qualidades de excelência gerencial, mas, exatamente pela falta destas. Desse modo, se a herança maldita lulista na economia e na política seguir pesada demais, em quem o povo porá a culpa? Em Rousseff e não naquele que virá novamente para salvar pobres e oprimidos em 2014. Afinal, o PT não pretende sair do poder pelo menos nos próximos 20 anos e já traçou seus caminhos facilitados pela ausência de oposições coerentes e firmes, pela falta de Poder Judiciário que puna crimes e abusos e da eficácia da propaganda que mantém a bestificação popular.
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Palocci pode até ser beatificado junto com irmã Dulce, contudo, as ciladas do poder não garantem que roteiros traçados de antemão se realizem. Os aliados de hoje podem ser os adversários de amanhã no jogo pesado das ambições. Diante dos acontecimentos é cedo ainda para saber quem governa ou governará, se Luiz Inácio, Dilma Rousseff ou Michel Temer.
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Maria Lucia Victor Barbosa é socióloga.
mlucia@sercomtel.com.br
www.maluvibar.blogspot.com

segunda-feira, 6 de junho de 2011

ARTIGO DO AUGUSTO ACIOLI

"DIVERSIDADE SEXUAL NA ESCOLA"

Recente noticiário divulgado pela mídia brasileira deu ciência à opinião pública da existência de um convênio firmado entre uma ONG e o Ministério da Educação - MEC, com aporte de recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), objetivando a produção de vídeos e diversificado material impresso voltado para a ampla discussão, na rede de Escolas Públicas, do tema "Diversidade Sexual e Combate à Homofobia", tendo como público-alvo o corpo discente com faixa etária a partir de 07 (sete) anos de idade.

Em paralelo, o importante resultado obtido pela Comunidade Gay junto aos poderes legislativo, judiciário e executivo, a favor da legalização da união civil entre iguais, centenário pleito de uma parcela da sociedade, sabidamente existente e, por leviandade, ignorada e marginalizada, durante décadas, pelo pensamento então dominante no país, apontou, também, para a extraordinária ascenção sócio-político-econômica de uma faixa de consumidores com elevado poder aquisitivo que não mais poderia continuar sendo ignorada pelos departamentos de marketing de empresas, estações de televisão, agências de publicidade, autores de novelas, bancadas parlamentares e diretórios políticos, etc.

Como a maioria das decisões que são tomadas no Brasil ocorrem com atraso, improvisadas e atabalhoadas, prontamente, surgiram os conhecidos atravessadores do sucesso alheio procurando "tirar uma casquinha" e tentando converter em bandeira político-partidária uma legítima e independente vitória do princípio democrático.

Assim, da noite para o dia, tais "experts" passaram a criar e desenvolver pontes de acesso àquele "recém-descoberto" núcleo populacional.

Essa estratégia em nada se diferencia daquela que já vem sendo adotada, no Brasil, em relação à implantação de Cotas Raciais, justamente, em uma época que o mundo civilizado sequer considera tal conceito e, muito menos, distribuições percentuais de epidérmicos direitos participativos em sociedades, constitucionalmente, compostas por iguais.

Tais ações oportunistas, irresponsáveis e impatrióticas voltadas, exclusivamente, para a manipulação de cidadãos com o evidente propósito de estimular conflitos, estão sendo orquestradas, também, para justificar a manutenção da totalidade de 38 (trinta e oito) postos ministeriais, a criação de milhares de cargos públicos comissionados, distribuição de verbas e respectivas licitações, etc., tudo sob a máscara do "politicamente correto".

Não sei se os integrantes e líderes da Comunidade Gay já se deram conta da desagregadora e desnecessária confrontação que está sendo, maliciosamente, arquitetada e promovida, às suas custas, ao inseri-la, como se peão de jogo de xadrez fosse, no conturbado e desmoralizado tabuleiro político brasileiro, pobre em oxigenação e rico em tramóias, ardis e feroz disputa por novos espaços de influência.

Este é, em minha opinião, o objetivo ampliado e não autorizado que se esconde no cérebro doentio de alguns ideólogos que deveriam limitar-se à implantação de uma específica campanha "De Combate à Homofobia nas Escolas Brasileiras", mas que, abusando da tolerância de um povo conhecido, internacionalmente, pela sua boa-fé, tentam colocar em prática, ao arrepio de propostas curriculares, em vigor, táticas e ensinamentos de repudiados, derrotados e desmoralizados ditadores do século XX.

Voltando às considerações iniciais referentes ao projeto objeto do presente texto, afirmo que ninguém melhor do que o Secretário de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade do Ministério da Educação, senhor André Lázaro e sua equipe de assessores para explicá-lo, principalmente, por se tratar de profundo conhecedor de um tema que aquele órgão pretende que seja abordado e discutido, amplamente, junto aos estudantes mirins de nossas escolas públicas.

Esse prestigiado representante do MEC-SECAD, extremamente simpático, distribuiu sorrisos ao reportar aos presentes à exposição em que o projeto como um todo foi tornado público, as interessantes e divertidas - segundo ele - polêmicas travadas com seus pares, tendo como tema a intensidade, o impacto visual e o papel desempenhado pela língua humana inserida no contexto de uma cena de beijo lésbico envolvendo meninas adolescentes.

Para melhor acompanhamento das afirmações, acima, sugiro clicarem, progressivamente, nos atalhos que irão aparecer - a partir de agora - ao longo deste texto.

Fala do Senhor André Lázaro e de sua equipe de assessores
http://www.youtube.com/watch?v=Thwi3ND4Ius&feature=youtu.be

A desenvoltura com que este ocupante de cargo público interage em face de uma empolgada platéia, supostamente, integrada por qualificados educadores, além de ardorosos e entusiasmados defensores, admiradores e apoiadores desta que, talvez, seja a mais ousada ação de cunho político-pedagógico proposta na história do Brasil que, de tão profunda e fundamental, dispensou a participação do resto da população que não comunga de idêntico ideário, não surpreende, principalmente, pela convicção que tenta passar quanto à sua certeza do sucesso dessa abusiva medida educacional, cuja decisão de implantação surpreendeu pela velocidade, sigilo e compulsoriedade com que foi apresentada aos pais e responsáveis dos menores a serem agraciados com tais concepções existenciais.

Este ato insano deve ser entendido como mais uma aberração educacional, intencionalmente, dirigida contra cidadãos mirins indefesos, sem capacidade mínima para entender o real objetivo daquela trama em curso ou mesmo contestar as avançadas técnicas de convencimento a serem aplicadas, covarde e dolosamente, em plena fase de formação da personalidade que os irá acompanhar pelo resto de suas vidas.

"Torpedo"
http://youtu.be/tVrz41ILtlg

As garantias individuais são capituladas em nossa Carta Magna, para isso existem congressistas e juristas, daí, entendo não caber a funcionários públicos ativistas a implantação de estratégias paralelas que, a pretexto de prevenir e resguardar os direitos de prática de uma opção sexual específica procuram confundir, induzir, expor e submeter cidadãos infantes a um não autorizado, açodado, suspeito e preconceituoso processo subliminar de construção de um quadro de valores morais que anteceda ou caminhe, em rota paralela ou de colisão, à fundamental orientação familiar que é dispensada, diariamente, a cada uma daquelas crianças.

"Encontrando Bianca" (Versão Completa)
http://www.youtube.com/watch?v=kpGz3G450HA&feature=youtu.be

Assombra a constatação de nos encontrarmos diante de uma tentativa de indução de teses e práticas de cooptação daqueles que sequer dominam o conhecimento do próprio processo de gestação que os gerou, sob um falso pretexto de combate ao crime de Homofobia, que, em meu entendimento deve ser identificado, enfrentado e punido pela ação de autoridades competentes e não por estudantes na faixa de 07 a 10 anos.

Acho que os idealizadores e autores desta irresponsável ação educacional contendo propostas, nitidamente, voltadas para induzir menores indefesos e em fase de formação de suas personalidades a entender e aceitar comportamentos, atos e práticas muito além de suas respectivas capacidades de discernimento devem ser responsabilizados em sede administrativa pela não disfarçada proposta de desorganizar, subliminarmente, a formação do quadro de valores de crianças incapazes, juridicamente, ainda assistidas por seus pais, familiares, tutores e pelas leis do país como um todo e, em cenário cívil, pelo ressarcimento aos cofres públicos de todo o custo incorrido na elaboração e produção dos filmes, impressos, material de apoio, etc., referentes a esta aberração pedagógica.

"Relembrando Comentário do Senhor André Lázaro - MEC-SECAD"
http://youtu.be/osjiPU0VUt0

Finalizo, alertando à Economista Dilma Rousseff, DD. Presidente da República do Brasil, quanto à importância de serem identificados os ocupantes de cargos públicos posicionados em postos de comando na área de Educação que possuam perfil radical, desagregador, incendiário e possam colocar seus conflitos pessoais, não resolvidos, acima dos interesses do povo brasileiro.
Autor: Augusto Acioli de Oliveira - Economista
nota: os vídeos apresentados no presente trabalho estão disponíveis, na internet, através do You Tube

ARTIGO DO JEZER - 8

A UTOPIA DOS PLANOS DE SAÚDE
“Toda quimera se esfuma” (Ary Barroso) ou a bancarrota do sistema de seguro de saúde privado. Somos associados a UNIMED, que tem como escopo, a associação de médicos a fim de atenderem a um coletivo de contribuintes, contando com 21 anos de filiação. Pois bem, aconteceu conosco. Minha mãe, com 91 anos teve que passar uma noite inteira na emergência do Hospital São Lucas, deitada em uma maca (nada a dizer do pronto atendimento), por absoluta falta de leitos em hospitais conveniados, inclusive no próprio São Lucas. Tem-se uma explicação. Hospitais particulares são considerados como um negócio, onde os investidores empregam seu dinheiro e esperam o retorno, nada mais que normal em economias capitalistas. Porém os planos de saúde não dão esse retorno, pagando um valor ínfimo e “a quo” da realidade e principalmente a UNIMED que prefere pagar salários astronômicos a jogadores de futebol, tal como Fred, Conga etc que pertencem ao Fluminense. Esse é um fato notório, portanto, independe de prova. Preferem essa realidade para satisfação pessoal de seus dirigentes (dela UNIMED) do que investirem em empresários disposto, a construírem de novos hospitais para que abriguem seus contribuintes, superando, dessa forma, a carência latente de leitos em hospitais privados. Não pedimos favor, somos adimplentes e exigimos da outra parte a adimplência ao contrato firmado, porém, somos ignorados a ponto de obrigarem a uma pessoa idosa, a passar mais de 16 horas em uma maca, sem conforto para o qual pagamos, religiosamente, durante 21 anos. É um absurdo que a vaidade pessoal, se sobreponha as necessidades reais e se perca no sonho da mentira dos planos de saúde.
Jezer Menezes dos Santos

OAB/RJ 25.839 CPF 258.176.637/91
AV. PRES. WILSON, 210 – GR. 620 /CENTRO – RJ – RJ – 20.030.021
TEL: (55 21) 2220-3589 / FAX: (55 21) 2262-6024

sábado, 4 de junho de 2011

CONTOS DO MUNIR 66

VISITA (Parte1)
A nave pousou verticalmente na Praça Antero de Quental. Diferente dos Harriers, aviões ingleses da guerra das Malvinas, o fez silenciosamente. Eram duas horas da manhã de uma quinta feira de maio. A lua em quarto minguante, quase lua-nova.
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Emergiu dela o único ocupante: passageiro, piloto e navegador. Usava camisa branca desabotoada, solta, fora das calças boca de sino, da marca Lewis, mangas compridas dobradas até os bíceps. Sua estatura, um metro e setenta e cinco centímetros; peso, cerca de setenta quilos e idade aproximadamente com uns quarenta e cinco anos. Assustou-se, a se ver cercado por estranhas máquinas verdes de suportes azuis, com manivelas e pedais, não motorizadas, estáticas como esperando um comando. Leu um cartaz que dizia: Academia da Terceira Idade Inaugurada em Janeiro de 2011 por Cristiane Brasil. Não atinou com o significado.
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Estranhou o panorama: em vez do parque de diversões da Rua General Urquiza, um prédio de oito andares. As árvores de grandes copas. Procurou em uma das casas da Rua Bartolomeu Mitre em frente à praça o restaurante japonês que lhe haviam indicado, não o encontrou. Só existiam prédios de luxo.
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Meio confuso, ele pensou que talvez tivesse errado em sua navegação. Ao ver o posto de gasolina na Avenida San Martin e o prédio antigo da esquina da Ataulfo de Paiva, viu que o lugar era exatamente aquele. Sorriu um sorriso convencido, afinal tinha sido escolhido por uma das suas muitas qualidades, e uma delas era de bom navegador.
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Vasculhou os bolsos de suas calças, uma carteira com sua identidade como Fred Albuquerque, recheada de notas de cem dólares e outras que lhe pareceram ser da moeda local, um cartão de crédito e poupança, de um banco chamado BANERJ, com uma quantia de milhões.
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Resolveu tirar um cochilo em um dos bancos vazios, os outros estavam ocupados por meninos de rua e pedintes que perderam a Kombi que os levaria de volta para casa.
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Acordou com o raiar do sol, domésticas, empregados de supermercados saltavam das conduções e se dirigiam aos locais de trabalho, as Vans escolares já começavam a circular, estudantes das Escolas Públicas passavam com seus uniformes. Alguns analistas de terno, e rapazes de calças jeans, mangas da camisa dobradas até os cotovelos, tomavam o ônibus do Metro.
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Notou que as roupas que ele usava destoavam do contexto, sua camisa era apertada, o colarinho demasiadamente pontudo. Sua calça jeans tornou-se ridícula. Só seus sapatos ainda conservavam algum estilo.
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Caminhou a procura de uma loja de roupas masculinas, achou a Pullman na Ataulfo de Paiva, viu na vitrine uns manequins vestidos como os rapazes que iriam pegar o Metro.
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Experimentou duas calças e duas camisas que vestiram bem. Perguntou se aceitavam cartão de crédito, diante da resposta positiva, apresentou o cartão do BANERJ. O moço da loja olhando-o espantado, disse que aquele banco já fechara há algum tempo. Fred, sem perder a calma, falou que chegara recentemente da Noruega, onde passara os últimos dez anos. Tinha dólares. O rapaz se propôs a trocá-los em reais.
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Saiu já com a roupa nova, as mangas da camisa do jeito que vira.
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As instruções que Fred recebera para a viagem não eram explícitas. Teria que reportar como era a vida no Leblon, verificar porque o ISH (índice de satisfação humana) ali era tão elevado.
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Incluía a experiência de comunicações em super longas distâncias através da tecnologia das nano-ondas cerebrais, vulgarmente chamada de telepatia.
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Hospedou-se no Ritz no final da Ataulfo de Paiva, quase em frente à Rua Rita Ludolf, a segunda mais cobiçada, perdendo somente para a da praia, a Avenida Delfim Moreira.
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Descobriu o Hortifruti, como era vegetariano, sentiu, ao ver a diversidade e beleza das frutas tropicais, suas endorfinas ativadas e desapareceram suas preocupações. Pontuou como influência no ISH.
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A experiência das nano-ondas se iniciou. Recebeu mensagens claras que deveria ter uma companhia feminina em sua busca, mulheres eram mais críticas e perspicazes.
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Foi almoçar em um restaurante chamado Celeiro, gostou da comida, mas teve que se servir primeiro dos pratos quentes. Quando ele chegou às saladas, já estavam frios, a fila de acesso deveria ser invertida. Apesar disso, ainda marcou positivamente.
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Continuou a caminhar pelas proximidades, impressionou-se com o número de farmácias, todas sempre com alguém comprando algo e sem receita médica.
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Cerca das 18:00 horas dirigiu-se à livraria Saraiva, no outro lado da rua do hotel Ritz, nos fundos, um local agradável, o Café Barone. A garçonete lhe ofereceu um café especial chamado Pacu Bird (o pássaro Pacu come os grãos de café e depois os elimina aos pés das arvores)... Pediu um machiato. Enquanto esperava iniciou a leitura de um livro sobre educação no Brasil.
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Sentiu certo distúrbio em sua comunicação de nano-ondas. Caminhando em direção à mesa próxima à sua, uma bela jovem de longos cabelos dourados, acompanhada de um rapaz mais moço ainda. Era ela a fonte da perturbação. Tentou desviar sem sucesso, seu olhar de seus lindos olhos azuis.
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Ela optou pelo último lançamento de Martha Medeiros. Fred não acreditou quando ela se dirigiu ao rapaz pedindo-lhe carinhosamente que escolhesse algo para a mamãe. Sem querer e querendo, seus olhos sempre se encontravam a sorrir como antigos conhecidos. Acostumado a cálculos, estimou a massa corporal da jovem, 22,0. Idade, menos 10 a 12 anos da sua.
(continua...)
Autor: Munir Alzuguir
E-Mail:alzumunir@gmail.com