terça-feira, 31 de agosto de 2010

ARTIGO DE GAIUS CAESAR GERMANICUS

"Verso & Anverso"
Se o candidato da oposição está participando ou não de uma luta de "telecatch" e por isso está perdendo, a cada dia, parte de seu eleitorado, eu não estou. Desta forma, sugiro que após as eleições Brasil-2010 lembrem-se do que lerão a seguir.

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Na atual campanha eleitoral para a presidência da república estamos diante de uma bem urdida trama publicitária - competentíssima e regiamente paga, diga-se por sinal - elaborada para transformar em cândida e simpática senhora, uma feroz e violenta ex-guerrilheira que participou de luta armada para implantar em nosso país uma república comuno-sindicalista
Os ex-barbudos e ultra-extremistas de esquerda, de abril 1964, são hoje risonhos ocupantes de importantes cargos públicos no governo Lulla-lá, que, não sem razão, criou 37 (trinta e sete) ministérios, muito embora possua 38 (trinta e oito) ministros.
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Esses ex-libertários para não perderem a ternura, por que também não são de ferro, incorporaram alguns hábitos capitalistas e passaram a usar ternos Armani, griffes famosas do nível Dior, Yves Saint Laurent, Givanchy, dentre outras, bebericar bem classificados vinhos & destilados, degustar finas iguarias e agasalharem crescente patrimônio.
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Até aí, nós brasileiros já estamos acostumados, o perigo reside no fato de que tais ex-guerrilheiros só se interessaram em alterar suas dinossáuricas faces externas, para não espantarem a massa votante cooptada que em 03/10/2010 fará o seu papel; o conteúdo ditatorial, revanchista e oportunista de suas mentes, entretanto, permanece o mesmo.
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E para não perdermos mais tempo: vocês acreditam, sinceramente, que a senhora da foto, que se encontra fumando um legítimo havana na companhia de conhecidos defensores da democracia é a mesma compreensiva e simpática candidata que aparece nos programas eleitorais do PT?
por Gaius Caesar Germanicus

ARTIGO do AUGUSTO ACIOLI

IMPUNIDADE

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Impunidade é o gozo da liberdade ou de isenção de outros tipos de pena, por uma determinada pessoa, apesar de haver cometido alguma ação passível de penalidade. É a não aplicação de pena, mas também o não cumprimento, seja qual for o motivo, de pena imposta a alguém que praticou algum delito”. Fonte: Impunidade na Sociedade Brasileira: Algumas Idéias para seu Estudo por Levy Cruz.

Quem não se lembra das ocupações, seqüestros, agressões, fechamento de estradas e vias federais, estaduais e municipais promovidos por cidadãos de origem indígena “pintados com tintas de urucum” e trajando calças jeans, camisas pólo, bermudas, calções, tênis, etc., contra funcionários do governo ou de empresas ou entidades do setor privado que promoviam visitas, encontros ou palestras em terras brasileiras situadas próximas às suas aldeias. São inimputáveis ou ficaram e continuam “silvicolamente” impunes?

Ou ainda as famosas invasões de sedes de órgãos governamentais, empresas e propriedades rurais privadas, etc., executadas por grupos armados, logisticamente, bem preparados, doutrinados e fanatizados por falas e recados marxistas, com amparo jurídico, suporte financeiro e assistência médica, sob a inacreditável alegação de estarem promovendo, por conta própria, diga-se de passagem, uma compulsória reforma agrária no país. Não foram poucos os casos envolvendo assassinatos, roubos, estupros e toda sorte de violência e danos patrimoniais a terceiros que ficaram, até este momento, em grande parte, impunes.

Como se isso tudo não representasse peso suficiente para as costas do contribuinte brasileiro, algumas autoridades empossadas, politicamente indicadas ou contratadas para o exercício de cargos e funções de natureza pública, passaram a desrespeitar as normas legais e, a partir daí, tratá-las como se letras mortas fossem.

Este grave sinal de fumaça teve início com o próprio Presidente da República, Senhor Luiz Inácio Lula da Silva, que, ancorado no índice de popularidade que julga ou dizem possuir, passou a desafiar, em público e ostensivamente, as leis eleitorais brasileiras que um dia jurou cumprir.

Aliás, isto não me espanta, muito pelo contrário mostra, apenas, que a turma companheira da qual já foi líder supremo e inconteste, embora tenha modificado o guarda-roupa e o make-up, jamais deixou de ler e colocar em prática os ensinamentos contidos na velha, amarelada e ultrapassada cartilha de 1917.

Desta forma, não tive qualquer espanto quando tomei conhecimento, através da agência de notícias Reuters, às 11h01, do dia 26/08/2010 e em pleno horário do pregão da Bovespa, da notícia informando que o diretor-geral da Agência Nacional de Petróleo - ANP, Senhor Haroldo Lima, havia declarado o que pensava quanto ao valor, em dólares americanos, que deveria servir como base de preço de cada barril de óleo a ser cedido pelo Estado Brasileiro para obter-se o montante da capitalização governamental no aprovado aumento de capital da Petrobras S.A.

Esqueceu-se este ocupante de cargo público de que ele não se encontrava diante do espelho de sua residência fazendo a barba e pensando em voz alta; estava, isto sim, em horário de trabalho e sendo entrevistado pela mídia, não por se chamar Fulano de Tal e sim por ser o Diretor-Geral da ANP.

Mais grave ainda, no meu entender, foi o comportamento adotado pelas autoridades reguladoras de nosso mercado de capitais diante da absurda ocorrência que, sob a frágil alegação de que o referido senhor expressava, tão somente, sua opinião pessoal, “cruzaram os braços mantendo uma confortável distância dos episódios e de suas graves conseqüências, até que o vento se encarregasse de levar, para bem longe, a poeira levantada” por aquele mesmo reincidente indivíduo que, em passado recente, durante idêntico episódio que protagonizou, afirmou que desconhecia, inclusive, o endereço da Bolsa de Valores de São Paulo.

por: Augusto Acioli de Oliveira – Eleitor

ARTIGO do AUGUSTO ACIOLI

"Inacreditável"


Convido os moradores da cidade do Rio de Janeiro a visitarem a Rua São Clemente, no bairro de Botafogo e assistirem ao concerto diário promovido pelos agentes e guardas municipais de trânsito que, postados embaixo dos sinais luminosos conseguem, com performances individuais cinematográficas promover, a céu aberto, o mais alto gráu de decibéis que o ouvido humano pode suportar. Tenho lido, diariamente, noticiário sobre a a ação da Secretaria Municipal de Ordem Pública quanto ao barulho que inferniza a vida de moradores, circulantes e turistas decorrente de bares, restaurantes, etc. Entretanto, não encontro uma só linha que sinalize a intenção das autoridades municipais determinarem a interrupção dessa prática abusiva, dolosa e ultrapassada promovida por seu pessoal de rua que, sob o pretexto de ordenar o regular fluxo de veículos permanece, por horas, soprando apitos. Esta demonstração de incompetência e agressão ao meio ambiente não mais pode ter lugar em um destino que se propõe a sediar competições esportivas do porte da Copa do Mundo de Futebol-2014 ou das Olimpíadas-2016.



Autor: Augusto Acioli de Oliveira

ARTIGO de MARIA LUCIA VICTOR BARBOSA

TEMPO DE NULIDADES
Maria Lucia Victor Barbosa
29/08/2010
Em que pese o grande progresso material atingido pela humanidade no que tange aos avanços da ciência, da tecnologia e dos meios de comunicação, vivemos grandes paradoxos. Entre os absurdos da atualidade se pode observar que, apesar do acesso ao conhecimento e à informação, algo nunca antes existido para as grandes massas populacionais em todo planeta, o ser humano permanece ignorante e desinformado. Por conta disso, aumenta a manipulação dos poderes político e econômico e se vive um tempo de nulidades que são aceitas e projetadas com êxito na literatura, na música, no teatro, nas artes plásticas, no esporte, na economia na política, enfim, em todas as atividades que se tornam vulgares, artificiais, aviltadas.
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No que diz respeito à política não é difícil constatar que o Brasil se tornou o reino das nulidades, algo que se vem acontecendo de forma acentuada há quase oito anos. Como conseqüência, o eleitor sofreu um retrocesso voltando aos tempos que lembram a obra de Victor Nunes Leal, “Coronelismo, Enxada e Voto”. Em novos tempos, novos votos de cabresto, novos currais eleitorais.

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As causas que contribuíram para a queda de nossa já pouca consciência cívica foram: a propaganda governamental intensiva, a distribuição de caridade oficial para os pobres e de favores espetaculares para os ricos, a perda de valores que faz prevalecer a indiferença da sociedade perante a corrupção dos poderes mais altos, a falta total de oposição ao governo do PT durante seus quase 08 (oito) anos de poder.

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Portanto, foram “encabrestadas” todas as instituições sociais e não houve nenhum partido que fizesse frente aos desmandos, erros ou atitudes inconvenientes do presidente da República. Este, blindado por partidos e grupos de interesse importantes, se fortaleceu no escandaloso culto à sua personalidade, ao ponto de se dar ao luxo de criar uma personagem para sucedê-lo, a qual parece ter como única finalidade esquentar o lugar para que ele volte em 2014, conforme o plano de permanência no poder do PT.

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Já não se pode, pois, falar apenas nos grotões das regiões mais pobres do Brasil que, por suas carências são ainda manipuladas pelos chamados “coronéis”. Além das instituições sociais transformadas em “currais” que votam no “coronel” Lula, porque isso lhes é conveniente, senão para o Brasil, mas conforme seus interesses particulares que pensam manterão, em 2014, com o apêndice presidencial; dos partidos de cabresto sequiosos por uma beirada no próximo governo, surgem novas formas de “currais, frutos da incompetência estatal diante da crescente violência advinda do tráfico de drogas.

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Sobre isso afirmou nas páginas amarelas da Veja de 21/07/2010, com autoridade e conhecimento de causa, o presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro, desembargador Nametala Machado Jorge: “As áreas mais pobres e violentas do Rio de Janeiro estão tomadas de currais eleitorais sob o domínio de criminosos. As pessoas ali votam à base da coerção e medo. Só os candidatos do tráfico têm vez nas favelas”.

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Medo, esperança, ilusão, desinformação são as características do eleitorado nesses tempos em que nulidades ascendem e comandam o espetáculo da política. E esse espetáculo é feito pela TV, o grande palanque eletrônico de onde se manipulam as emoções da massa.

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Quanto à campanha do PSDB, cujo candidato começou nas alturas da preferência popular e veio caindo, muitos analistas já repisaram os erros havidos. Foram tantos que os tucanos pareciam amadores políticos e não ex-detentores de dois mandados presidenciais e muitos outros estaduais e municipais. Não vale a pena ficar repetindo o que outros já disseram sobre as estratégias erráticas do PSDB. Mas, dá para comentar algo: quando num dos programas eleitorais gratuitos, Serra apareceu ao lado de Lula da Silva, sua sorte foi selada e um dos erros mais crassos dos tucanos apareceu. Quem é colocada como continuadora de Lula, anunciada há dois anos por ele com tal, é Dilma Rousseff. Serra teria que ter coragem de aparecer como continuador de FHC, o presidente que o PT acusou hipocritamente durante quase oito anos de ser o responsável por uma herança maldita, a qual copiou e sem a qual o PT teria fracassado. Mas os tucanos nunca ousaram isso nem antes nem agora e parecem ter um encantamento impressionante por pelo PT.

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Enquanto nos aproximamos das eleições alguns sinais inquietantes já estão claros na economia e na política. As violações de dados sigilosos de tucanos, feitos pela Receita Federal, atraíram críticas duras do ministro e ex-presidente do Supremo Tribunal Federal, que afirmou: “quebra de sigilo é fruto de banditismo político e revela “paradigmas selvagens da política sindical”. E a mídia que se cuide, porque as ameaças de censura são claras.

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De modo que, ou o PSDB se assume como tal ou se tornará com o DEM um partido nanico enquanto o PT e o PMDB, repartindo o pão, imporão sua ditadura disfarçada sob a batuta de Dilma Rousseff.

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O povo? Ora, o povo quer saber de futebol e cerveja. Pensar, inclusive, sobre política, é algo penoso demais.
Maria Lucia Victor Barbosa é socióloga.

CONTOS DO MUNIR 47

VIAGEM A TIKAL
Era uma vez um avião DC-3
Guatemala City - Base da Força Aérea.
Na pista de pouso um grupo de oficiais e mais alguns civis prestes a embarcar no DC-3 que taxiava.
Da turma de brasileiros: três militares da Marinha, quatro do Exercito, dois coronéis veteranos da Aeronáutica e dois Senadores.
O convite do Governo da Guatemala para visitar Tikal, antiga cidade Maia a pouco menos de uma hora de vôo, tinha sido feito à Diretoria do Instituto de Altos Estudos Americano.
O pessoal se encaminhava na direção da aeronave e os dois oficiais da Força Aérea Brasileira parados.
Conversa entre eles:
“Esse C-47 não é o Pinto Bravo?”
“Acho que não, o Pinto Bravo era mais moço!”
“É, ta mais pra Galo Velho!”
“É ele sim! Tá vendo aquela marquinha na ponta da asa direita? Fui eu que fiz quando era tenente e levava a turma do Projeto Rondon para a Amazônia.”
“Acho que alguém andou tirando penas da cauda dele e não fizeram o conserto direito, olha só como a porta trazeira está desalinhada, tem um espaço enorme para a fuselagem.”
“E ai, você vai?”
“Eu não, e você?”
“Também não.”
“O que é que a gente vai dizer?”
“Que comemos chicharrones no jantar e estamos meio desarranjados.”
E não embarcaram
Interior do avião
A turma acomodou-se nos bancos laterais de lona vermelha trançada, configuração interna para treinamento de paraquedistas. Um ar frio entrava pela fresta entre a porta e a fuselagem.
Um aeromoço militar distribuía um café quando um rebite enferrujado zuniu junto à cabeça de um dos senadores e rolou pelo piso. O taifeiro o pegou e tentou localizar de onde havia se soltado, não conseguindo, abriu a porta do toalete e para lá o atirou onde já existia um monte de porcas e parafusos.
Trepidando, pousamos. O piloto e o co-piloto e o outro tripulante desembarcaram correndo e desmontaram a carenagem dos motores cobrindo com estopa as velas dos cilindros.
Tikal
Estávamos em Tikal
“Cidade das vozes” encerra ruínas de um dos maiores centros urbanos da civilização maia. Seus templos de mais de setenta metros de altura encontram-se no topo de pirâmides e podem ser acessados por enormes escadarias. Restos de palácios reais, de residências e até mesmo os de uma antiga prisão podem ser identificados.
Três horas depois regressamos sãos e salvos a capital.


Cidade da Guatemala
Hotel “O Conquistador”

No salão de Convenções se desenvolvia a Reunião de Pediatras das Américas.
No jantar, algaravia de vozes masculinas e femininas tornava difícil o dialogo, mas a explicação dos aeronautas dava pra entender que eles ficaram desarranjados ao ver o antigo “Pinto Bravo.”
A confraternização entre o grupo da Reunião de Pediatras das Américas e do Instituto de Altos Estudos foi natural e espontânea.
Mais do que natural, com atração antropomórfica ferormônica e troca de fluidos entre uma bela pediatra morena, e certo oficial da Marinha.
No jantar do dia seguinte a moça contou para ele, que havia dito a sua colega de apartamento como fora seu relacionamento.
Comentário da amiga:
“Me empresta esse comandante”.
Autor: Munir Alzuguir
E-Mail:alzumunir@gmail.com

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

"PETROBRAS & SUAS AÇÕES"
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Muito se edita sobre o tema insegurança pública no Brasil.
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Assaltantes de todo o tipo, traficantes de drogas, estelionatários, seqüestradores, estupradores, pedófilos, enfim, uma longa lista de criminosos que infernizam nosso dia-a-dia, do Cabo Orange ao Arroio Chuí, são apontados como o mal maior existente na sociedade brasileira. Calculo que além das tragédias pessoais provocadas, causam perdas de milhões de reais, todos os dias.
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Por outro lado e ao mesmo tempo em que esse noticiário inunda nossa mídia, não encontro matérias que contemplem uma ação rigorosa do poder público e das autoridades reguladoras do mercado de capitais do Brasil em face do bilionário estrago provocado ao patrimônio dos fundos de pensão, nas economias e investimentos de milhões de cidadãos, com as manobras especulativas que, periodicamente, fazem do cenário tupiniquim, o paraíso para multimilionárias operações lastreadas com ações da empresa que é o orgulho da grande maioria dos brasileiros: a Petrobras S.A.
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Em anos recentes atribuiu-se o pânico econômico-financeiro mundial aos problemas imobiliário e hipotecário ocorridos na economia do Tio Sam. É possível que tal cataclisma também tivesse sido parcialmente gerado nestas duas hipóteses. Por outro lado, a imprensa do planeta digeriu um bolivariano pacto de silêncio (me perdoe o senhor Chaves) em relação ao fato de que o referido país capitaneou 02 (duas) invasões de outras nações, ao Afganistão e Iraque, financiadas com uma moeda em franca erosão de valor, sem lastro, e que não teve recursos para pagar os desdobramentos financeiros das faturas vencidas de seus cartões de crédito armamentistas, que começaram a ser protestados no mercado.
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Fabricaram-se, a partir daí, milhares de versões que, todos os dias, alimentavam uma rede interminável de incendiários boatos que soavam como música aos ouvidos dos especuladores de plantão em todo o mundo.
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Nessas horas, por aqui, o famoso e já conhecido "aluguel de ações" que tem o poder de favorecer operações demolidoras que não possuem limites, fez o seu papel, ao permitir que robustos caixas tomassem, por empréstimo, milhões de títulos a custos anuais baixíssimos e saíssem com o galáctico poder de fogo de que dispõem destruindo tudo o que encontravam pela frente.
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No Brasil, por mais surreal que isso possa parecer, nossas autoridades reguladoras sempre foram unânimes e categóricas em afirmar que por aqui, na Terra de Vera Cruz, tudo sempre esteve sob controle e que tais problemas só ocorrem além- fronteiras.
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Pergunto: é mesmo? A globalização ainda não chegou ao Brasil? Por que será que muitas vezes o petróleo está em alta no mundo todo e no Brasil, ao contrário, as ações da Petrobras desabam? Por que razão, há muito tempo, as opções de compra das ações da Petrobras têm virado "pó"? Será que não vale a pena investir nos títulos desta corporação?
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Nem perco tempo em focar o período de 2007 a 2009, pois o que aconteceu é público e seus notórios agentes ficaram ainda mais ricos.
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Eu gostaria de ouvir e juro que faria um grande esforço para tentar entender, a justificativa que imobiliza àquelas autoridades reguladoras que aceitam, como fato normal e corriqueiro, que uma extraordinária empresa do porte da PETROBRAS S.A. (com maiúsculas) perca R$ 100 bilhões em seu valor de mercado, por rápidas e fulminantes oscilações negativas na cotação de suas ações e sem que qualquer significativo episódio comercial ou industrial tenha tido lugar.
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A bola da vez nos dias que correm para tantas manobras especulativas com as ações de nossa empresa maior é o propalado valor que será atribuído aos barris de petróleo que já repousam há milhões de anos, submersos no rico mar territorial brasileiro e a milhares de metros de profundidade. Entre U$5 a U$12 valem todas as ilações.
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Meus parabéns antecipados aos que conseguirem demonstrar que o bom senso deve prevalecer pois, da faixa do mar territorial brasileiro onde se encontram até a hora de suas respectivas extrações, estes barris não podem ser cotados de forma diferente do que já é avaliado pelos mercados internacionais em relação à reservas petrolíferas submersas e não exploradas.
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Mas, voltando aos - até agora - impunes megaespeculadores e derrubadores das cotações das ações da Petrobras S.A.: Poder Judiciário e Polícia Federal, NELES.
Autor: Augusto Acioli de Oliveira - Economista

sábado, 21 de agosto de 2010

CONTOS DO MUNIR - 46

O MENINO POBRE
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Era uma vez um menino
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Marquinhos era um menino branco de olhos claros, divergia muito de seus irmãos escuros e olhos castanhos. Ainda bebê fora deixado por sua mãe em um orfanato. A família que o adotara morava na ladeira de uma favela; já eram dois filhos, uma menina, e um menino que se recuperara de dengue hemorrágica, desenganado que fora pelos médicos do INSS. O SUS ainda não havia sido implantado.
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Marquinhos era o resultado da promessa feita por seus pais adotivos ao Menino Jesus.
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Em princípio pensaram em um garoto que mais se integrasse aos irmãos.
Eles nunca imaginaram que aquele lourinho tivesse sido largado pelos pais e ainda mais: a semelhança com as imagens de Cristo criança lhes transmitia a mensagem de que ele deveria ser o escolhido.
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O pai adotivo de Marquinhos era pedreiro, oficio que aprendera na cidade com seu Manoel, mestre de obras português, tornou-se um perito e as lajes que construía eram consideradas as mais seguras. Verdade que não aceitava fazer nada em áreas de risco. Sempre levava o “lourinho”, apelido de Marquinhos, com ele. O guri era magrinho e muito ágil, parecia um gajeiro das antigas embarcações à vela.
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Com a vinda de Marquinhos para a família a mãe encerrou o costume de deixar os meninos sem calça para economizar a lavagem de roupas. Não se sabe por quê... talvez as fraldas descartáveis estivessem mais acessíveis ou a ela não agradasse ver seu anjinho branco com as partes desnudas.
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Na comunidade, por ocasião das brincadeiras de polícia e ladrão os meninos gostavam mais de ser o ladrão, queriam sempre que o branquinho fosse o policial. Ele não gostava dessa discriminação e preferia jogar futebol.
Alguns estrangeiros viviam nas proximidades na subida do morro, a maioria clara, era comum ver alguns de camisa branca, manga curta e gravata com um livro na mão, era fácil identificá-los como Mórmons.
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Os pastores evangélicos usavam terno e tinham sempre uma Bíblia nas mãos.
Outros eram mesmo moradores com empregos formais.
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Os traficantes estavam em todas as partes da comunidade, era possível avistá-los andando armados em suas motos antes das sete horas, ocasião em que os carros de policia iniciavam suas rondas. - Então ficavam invisíveis.
Alguns meninos um pouco mais velhos que Marquinhos ficavam de vigia nos terraços observando o movimento.
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As motos-táxi começavam a circular levando em suas garupas as moças que trabalhavam na zona sul. A mãe de Marquinhos era uma delas, aproveitava para levá-lo ao colégio, os outros irmãos por serem maiores iam caminhando. O menino era também um passe livre para a moto não ser parada.
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O “lourinho” já chegara à idade de ser convocado, seria um soldado precioso; com boas roupas iria parecer um menino “zona sul”, --ótimo na distribuição. A proposta foi feita ao pai do menino, o pagamento diretamente a ele, quase irrecusável pelo valor. Foi negada, um pouco por medo e mais pela lembrança da promessa. A conversa era feita agora com um rapaz de 23 anos. Anos atrás, o proponente era outro, menos jovem, morto pela polícia; tentara recrutar os irmãos mais idosos de Marquinhos e o pai igualmente recusara. Agora a tentação era maior, as construtoras já haviam chegado perto e sua renda caíra bastante.
A convocação dava preferência aos meninos e meninas sem família, mas as baixas se acentuaram com o policiamento.
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A escola da comunidade tinha os cursos até a quinta série. Os irmãos adotivos de Marquinhos já haviam terminado o ginásio, um era porteiro de um prédio, dormia no emprego, a irmã fazia um curso noturno de enfermagem.
Certo dia a TV local anunciou que a escola fecharia por ordem do tráfico. A mãe resolveu levá-lo para o trabalho, era a casa de um oficial da Marinha de Guerra.
Marquinhos ficou, no quarto de empregada, vendo desenhos animados na TV. A mãe o chamou para ajudá-la em qualquer coisa. Foi quando Marquinhos notou a espada, dourada e reluzente. Ficou deslumbrado.
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Já havia visto inúmeras armas de fogo incluindo metralhadoras, espingardas calibre 12 de cano serrado, pistolas Glock, revolveres 38, até mesmo uma Colt 45, Fuzis AK-47.e M-16. Era capaz de identificá-las.
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Aquela arma era diferente, um verdadeiro símbolo. Viu também a fotografia do oficial fardado portando a espada. Ficou fascinado. Perguntou a mãe como ele poderia ter uma espada de verdade igual aquela.
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A história chegou ao conhecimento do dono da casa, achando que o menino tinha chance começou a acompanhá-lo e direcionar seus estudos.
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Quatro anos depois Marquinhos fez exame para o Colégio Naval e foi aprovado.
Era algo inusitado ver aquele menino uniformizado uma vez por mês subindo a ladeira de sua casa.
O rapaz prosseguiu a carreira na Marinha, recebeu das mãos de sua mãe a ambicionada espada com um sorriso de alegria, ao ser nomeado oficial.
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Anos mais tarde passou no exame de Práticos, foi para o Porto de Vitória, passou a receber o equivalente a mais de cinquenta mil dólares por mês. Adquiriu uma cobertura na Praia do Canto e chamou os pais para irem morar lá. Não aceitaram, acharam a vista do mar não tão bonita quanto a que agora eles tinham na sua laje da favela.
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Marquinhos quando vinha ao Rio ia visitá-los. Certa vez curioso por saber quem eram seus pais biológicos foi com a mãe à Creche D.Vera no alto do morro, local onde fora deixado. Soube que sua mãe era uma gaúcha que fazia mestrado no Rio e se apaixonara por um italiano em Búzios, abandonando-a quando engravidara. ...Mas essa é outra estória.
Autor: Munir Alzuguir
E-Mail:alzumunir@gmail.com

ARTIGO DO AUGUSTO ACIOLI

Carta ao Prefeito do Rio de Janeiro
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Ao Excelentíssimo Prefeito do Rio de Janeiro Senhor Eduardo Paes,
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Identifico, em sua pessoa, um ocupante de cargo público com vocação para o serviço que ora exerce, bem como herdeiro de um grande e histórico acervo de problemas e esqueletos que, não tenho dúvida, conseguirá resolver com a efetiva participação de sua equipe e da população do município. Me identifico, plenamente, com sua segunda opção de apoio.
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Esta é a razão que me leva - por desconhecer seu email pessoal - a dirigir artigos, sugestões e críticas àqueles que imagino poderem fazer chegar, ao seu conhecimento, algumas de minhas constatações.
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Sou um servidor público estadual aposentado, resido na Rua São Clemente, Bairro Botafogo, em prédio próximo à Casa de Rui Barbosa - linda e histórica vizinhança, por sinal - e, diariamente, sofro, como todos os meus vizinhos, pela ação desnecessária e operacionalmente passível de revisão, de lavra de agentes e guardas municipais de trânsito que parecem ignorar a elevada importância sinalizadora dos apitos que mantém, em suas bocas, por horas a fio.
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Todos os moradores e circulantes prejudicados apontam suas falas de revolta na direção de V. Exa., quando o problema, facílimo de resolver, por sinal, tem origem muitos degráus abaixo de sua pessoa.
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Não há razão que justifique os referidos funcionários continuarem dando eco, há décadas, a uma prática extinta no mundo civilizado e cuja origem, nesta cidade, nos remete ao tempo em que o policiamento de trânsito era controlado por batalhão específico da Polícia Militar do Estado do RJ.
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Submeter-nos à censura e crítica dos turistas que nos visitam dado o primarismo técnico deste procedimento inexistente nas principais cidades do mundo é adjetivar de forma menor os talentos de engenharia de trânsito que possuímos no país.
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As inúmeras horas de criação e elaboração de trabalhos e projetos, perdidas, por mim, em face do barulho culposo e doloso, ao redor da vizinhança onde moro, alertam para que seja dado um basta, também, em relação ao ainda folclórico tratamento que é dirigido aos carros particulares que, portando potentes aparelhagens de som, anunciam e negociam, com elevadíssimo nível de decibéis, mercadorias e serviços, trafegando, em marcha lenta, nas pistas de rolamento dos bairros com inúmeras possibilidades de ocorrências de acidentes graves e engarrafamentos.
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Cito a Rua São Clemente, como exemplo, pois nela tem lugar o meu inferno sonoro diário, que hoje, 19/08/2010, teve início, precisamente, às 07h15min, quando o GM postado na esquina mais próxima deu início à sua primeira série de milhares de APITAÇOS.
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Despeço-me com apreço.
Augusto Acioli de Oliveira
20100819, Rio de Janeiro

terça-feira, 17 de agosto de 2010

ARTIGO DO AUGUSTO ACIOLI

"Day-After"
As inúmeras cartas recebidas pela mídia manifestando as preocupações de leitores em relação ao "day after" após a retirada dos famigerados fradinhos que, há décadas e, impunemente, transformaram as calçadas do Rio de Janeiro em pistas de obstáculos, esqueceram, em sua maioria, de mencionar a importância de tal decisão municipal em relação ao ir e vir de cadeirantes, cegos, idosos, infantes, possuidores de necessidades especiais, etc., como se tal contingente de cidadãos, simplesmente, não existisse, dirigindo o foco de seus temores e pesadelos para criminosos bandos de flanelinhas e oportunistas de sempre, motoristas metidos a valentões, danos não reembolsáveis às suas calçadas e as conseqüentes multas daí decorrentes e à quase unânime opinião de que o poder público estará ausente do cenário "na hora dos enfrentamentos". Penso que a ocasião é única para nossa população começar a querer "pagar para ver". Nesta cidade só se escuta "não reajam", "não respondam", "abaixem a cabeça", "entreguem todos os seus pertences", e por aí vai, com todos os munícipes acuados e com medo de sair à rua para tomar um sorvete. Chega! é preciso reagir contra tudo isso. Pagamos os maiores tributos do planeta e nada recebemos em troca. Façamos também o nosso papel: se as autoridades não exercerem o poder de fiscalização, vamos cobrar delas, se o troglodita-infrator quiser nos agredir liguemos para o 190, enfim, se não houver outro recurso, convoquemos nossos vizinhos e amigos, fotografemos as ocorrências com nossos celulares,... Tenho certeza de que a partir da decisão dos cariocas também enfrentarem tais situações, o Rio de Janeiro poderá voltar a viver em paz.
Autor: Augusto Acioli de Oliveira
20080824, Rio de Janeiro, RJ.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

ARTIGO DE MARIA LUCIA V. BARBOSA

DEBATE INSOSSO
por Maria Lucia Victor Barbosa em 07/08/2010

O debate entre candidatos à presidência da República, levado ao ar pela Band foi insosso, sem embate, pasteurizado. Colaborou para o fraco desempenho dos participantes a autocensura imposta pelas regras eleitorais e do próprio debate, os conselhos nem sempre acertados dos marqueteiros, a preocupação com o politicamente correto e a obrigatória exibição de bom-mocismo para atrair simpatias do eleitorado.
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Acrescente-se que o debate teve início depois das dez da noite, horário tardio para a maioria dos brasileiros. Se muitos, excepcionalmente, foram dormir mais tarde, isso se deveu à partida de futebol transmitida no mesmo horário pela TV Globo. Como se sabe, no Brasil, o futebol tem prioridade sobre qualquer outro acontecimento e se constitui como única fonte de interesse e orgulho nacionais. Por isso, a audiência no pico foi de 5,5% para os candidatos e de 36% para o Campeonato.
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O candidato que ficou mais à vontade foi Plínio Arruda Sampaio, do PSOL. Sem nada a perder, porquanto suas chances de ganhar são nulas, ele fez graça, posou de representante dos movimentos sociais, fustigou os demais candidatos. Entretanto, com suas teses ultrapassadas mais parecia uma figura emergindo do século 19. Plínio só faria sucesso em Cuba ou na Coreia do Norte se nesses lugares houvesse eleições livres e permissão para expressar livremente o pensamento.
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Marina, a candidata do PV, foi aconselhada por seus marqueteiros a compensar a fragilidade física com frases curtas e objetivas. Sem aceitar as provocações do candidato do PSOL, sorridente e aparentando bom-humor, ela não quis briga. Deixou de lado a ideologia e defendeu capitalistas e socialistas, pobres e ricos. Apresentou-se como pessoa boazinha que se preocupa com o futuro do planeta. Foi politicamente correta, mas não precisava chegar ao extremo de recitar para o menino Dado.
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Dilma Rousseff, do PT, ungida por Lula da Silva como sua sucessora, demonstrava ter sido bastante treinada, em que pese as confusões quando dizia mil e corrigia para milhões, os tropeções na gramática, a busca nervosa de papéis nunca achados. Sua fala repetiu a idéia plebiscitária de FHC contra Lula, como se estes fossem os candidatos e não ela e José Serra. Apresentou a divisão da histórica do Brasil, tão cara ao atual presidente da República, em “antes do nosso governo” e “depois do nosso governo”. O “antes”, como é habitual na fala petista, foi descrito de modo crítico e se referia a FHC. O “depois” como tempo magnífico de redenção prodigalizado por Lula da Silva. Por conta disso a candidata Rousseff privilegiou o mundo do marketing e não o real, pontificando, então, sobre coisas inexistentes como, por exemplo, o PAC, que em grande parte não saiu da intenção do governo ou programa Minha Casa, Minha Vida que surge às vezes em alguns leilões da Caixa Econômica. Prisioneira da imagem imposta que não corresponde à sua personalidade, Rousseff não conseguiu representar uma figura simpática apesar das tentativas de sorrir de vez em quando.
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José Serra, do PSDB, por conta de seu preparo político e da experiência em campanhas foi o que se saiu melhor por ser calmo, didático, fluente. Entretanto, perdeu a grande oportunidade de ser mais veemente como oposição. Os três temas levantados de início pela TV, Saúde, Educação e violência, mereceram do tucano um tratamento ameno quando questionava a candidata do presidente da República. Serra não mencionou o caos do SUS; a péssima qualidade da Educação, inclusive, as trapalhadas do Enem; não recordou o que dissera com relação à cocaína vinda da Bolívia e a causa da violência urbana ligada ao narcotráfico. Certamente, por falta de tempo, enquadramento no figurino de bom-moço apreciado de forma hipócrita pela sociedade, modo de ser tucano que responde com punhos de renda aos ataques do porrete petista, ele não mencionou a famigerada CPMF que Rousseff pretende ressuscitar; a compra de terras brasileiras por estrangeiros como está sucedendo em larga escala através da China; a censura dos meios de comunicação apresentada no programa de governo da petista; a compra dos caças da FAB, a situação perigosa e calamitosa dos nossos principais aeroportos; as usinas nucleares e seu impacto ambiental, custos e qualidade do projeto proposto pelo governo Lula da Silva; a desastrosa política externa que manchou a imagem do Brasil no exterior, mensalões, dossiês, enfim, muitos temas que poderiam ter sido levantados e não o foram.
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Concluindo, o debate resultou tão insosso quanto à morna campanha em curso. Indiferente ao seu destino o povo assiste ao futebol.
Maria Lucia Victor Barbosa é socióloga.
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