terça-feira, 7 de setembro de 2010

CONTOS DO MUNIR 48

500 ANOS EM UMA MANHÃ DE DOMING0
Foi um espetáculo visto pelos privilegiados moradores do Rio de Janeiro e, embora a televisão tenha mostrado horas mais tarde o desfile, a emoção só foi vivida por aqueles cariocas que naquela manhã de domingo estavam à beira-mar e acordaram um pouco mais cedo do que de hábito.

A suave névoa, que fez o pano de fundo, deu o mimetismo cinza desejado pelos comandantes quando em tempo de guerra, mas não chegou a ofuscar o visual dos navios modernos. Ofertou o ar de mistério e fantasia aos veleiros que contavam um pouco de história naval em suas passagens.

O Cisne Branco nos deu saudades do nosso antigo veleiro Almirante Saldanha.




O Sagres outrora Guanabara, nos lembrava as antigas fainas manuais laboradas por aspirantes à época em que pertencia à Marinha Brasileira.



A caravela Espírito-Santo e o veleiro Tocorimé em seus modelos originais, mostravam bem o determinismo dos navegadores portugueses quando singravam em busca de novas rotas e terras.

Nosso Laurindo Pita bravamente saíra barra afora ostentando com garbo suas duas chaminés do tempo da Primeira Guerra Mundial.
O Rebocador Laurindo Pitta, atravessando a Baia da Guanabara no final da tarde de 16 de junho de 2007. (foto: Edson Lucas)
A fragata americana Estoncin sacrifica a silhueta esguia das outras companheiras para defesa de contaminação por radioatividade em um possível ataque nuclear.
Uma outra fragata tipo Stealth mostrava suas linhas curvilíneas de modelo feminino que a tornava invisível aos olhos do radar.
Encerrando o desfile o vulto negro e perturbador de um subma
rino diesel-elétrico, contrastando com a pintura clara dos navios de pesquisa e oceanográficos, é amenizado pelo surgimento de figuras humanas em uniforme branco em seu estreito e alongado convés.
Outra visão mais aterradora: um submarino nuclear, sem nenhuma humanidade, e escuro como a noite, capaz de destruir com seus mísseis atômicos cidades inteiras, surge na superfície como monstro cilíndrico fora de seu habitat.
Pena que não tenhamos visto nossos aviões de ataque no céu.
Autor: Munir Alzuguir
E-Mail:alzumunir@gmail.com

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