sexta-feira, 27 de abril de 2012

CONTOS DO MUNIR - 84


MALANDRAGENS CARIOCAS         Parte 1

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Cena 1
Moça!
O rapaz vestido razoavelmente, perguntava:
-Que panelas a Sra. está usando em casa? Tenho umas ótimas, e a Fábrica está ofertando uma, para animar a compra.
-Tudo bem! Cadê a panela?
-Vou buscar.
Voltou com uma embrulhada em plástico e disse:
-É sua.
A moça agradeceu e saiu caminhando carregando a vasilha sem olhar para trás, deixando o vendedor atônito.
Aí o barraco começou, o cara saiu atrás dela gritando:
-Pera aí! Me dá a minha panela!
-Mas você disse que era minha!
-Só se a senhora comprasse outras três.
O guarda municipal ouvindo aquela zoeira se aproxima.
- O que que houve?
A essa altura o rapaz falou:-
-Nada não, seu Guarda, e saiu de fininho.
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Cena 2
Moço!
O cara de macacão laranja chegando perto do homem de camisa azul disse:-
-Ainda bem que consegui alcançá-lo, o Severino porteiro do seu prédio me disse que o senhor estava de camisa azul. Os relés do seu apartamento estavam com defeito e eu tive que trocá-los. O senhor devia estar gastando muita eletricidade. Só que estou sem as notas de serviço da Light. Fui chamado para trocar o fusível da chave de força, mas estava com três relés na minha bolsa, e quando vi o seu relógio disparando pensei que seria melhor trocá-los antes que sua energia fosse desligada. Conheço o Severino , ele concordou comigo e disse que se eu corresse ainda pegaria o senhor no caminho. São só trinta reais e amanhã entrego a nota na portaria.
O homem de camisa azul :-
- Espera um minutinho que meu celular está tocando:-
-Deve ser o Severino.
- Amanhã eu acerto com o senhor, estou com um pouco de pressa.
O porteiro do prédio do homem de camisa azul havia mudado, agora se chamava Pedro, senão o macacão laranja iria faturar trinta reais.
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Cena 3
Senhor!
O rapaz de calça jeans, camisa branca, pulôver jogado nos ombros, tipo mauricinho, abordou o homem de terno e gravata que ia trabalhar, na saída do prédio.
-Fiquei numa situação difícil, depois de jantar com a minha namorada vim trazê-la em casa, gastei a minha grana e acabei ficando sem gasolina, não dá nem para ir até o posto, estou com o cartão de crédito. Tenho receio que o frentista não vá querer trazer um galão de gasolina sem eu dar um dinheirinho para ele.
O homem de terno comovido disse:-
Tudo bem, tirou da carteira dez reais e deu para o rapaz pensando, apesar de não ser homofóbico:-
O cara não é gay, sorriu contente por ajudar um conquistador como ele.
Foi pegar o ônibus quase uma quadra depois de sua casa, por causa da tal BRS.
Foi quando viu o mesmo moço abordando outro senhor provavelmente com a mesma história, já na fase de faturar.
Gritou um palavrão e partiu para cima dele.
O rapazinho zuniu.
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Continua...
Autor: Munir Alzuguir
E-Mail:alzumunir@gmail.com

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