quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

ARTIGO DO GUI

CARNAVAL CARRUM NAVALISCARNEVALE:
”tempo em que se retira o uso da carne”.
Homem das cavernas, em volta da fogueira, dança, música, celebração. Egito 6000 AC Deusa ISIS, rituais, fertilidade, colheita, lavouras a margem do Rio NILO. Grécia incrementou BEBIDA, SEXO, cultos ao Deus DIONÍSIO. Aos primeiros raios do SOL da primavera, séqüito de SÁTIROS, pés, pernas de bode, habitantes das florestas, NINFAS, saudados pelos fiéis, ALGAZARRA VIOLÊNCIA, TRAGÉDIA. Roma,bacanais, saturnais, lupercais, Deuses BACO, SATURNO, PÃ. Crítica político-social, sátira aos governos e governantes. Renascimento Europeu. Veneza. Carros-navios, homens e mulheres nus abriam festejos. Saturnálias. Tribunais, escolas, fechavam. Escravos alforriados, povo dançando nas ruas, euforia geral! Senado Romano 186 AD proibiu bacanais, desordens, escândalos. Sacerdotes PÃ saiam nus dos templos, banhados em sangue de cabra, lavados com leite, capa de bode, açoitando pessoas com correias e as virgens se tornavam férteis num só grito:OBAMA é MENGÃO CAMPEÃO!! Civilização judaico-cristã: abstinência, culpa, pecado,castigo, penitência, redenção: CONDENAÇÃO. Séc.XV Papa Paulo II, evolução, estética,baile de máscaras, permitiu em frente ao seu palácio na Via Lata o carnaval romano. Proibiu orgias sexuais, substituídas por corridas, desfiles, fantasias, deboche, morbidez, tornando-se ordeira, regrada, de caráter artístico, bailes, alegorias. COLOMBINA, PIERRO, REI MOMO.
Nietzsche:arte, justificativa para o sofrimento do homem. Carnaval é trégua, alívio da hipocrisia social e medo do corpo. CASTAS, HIERARQUIAS, nobreza, campesinato, escravos criticando senhores, nitidamente separados por classes onde acentuam-se libertinagens, licenciosidades, VÁLVULAS de ESCAPE. Séc. XVII ENTRUDO português, pessoas jogavam ÁGUA, OVOS, FARINHA num período anterior a QUARESMA significando LIBERDADE. Brasil Séc.XIX, blocos, cordões, “corsos”, carros presos por serpentinas, confetes, desfilando nas avenidas. Dom Pedro I e seu filho Pedro II, limões de cheiro, brincavam na Quinta da Boa Vista, longe do povo. Governador Brizola, Prof. Darcy Ribeiro e arquiteto Niemeyer criaram o sambódromo, imitado por todo o Brasil, misto de ESCOLAS durante o ano letivo e outros eventos artísticos. Meus avós se conheceram no carnaval.

.
Apesar de católicos fervorosos, fui criado com todas as fantasias: cada ano, MORCÊGO, DIABINHO, REI dos DIABOS, MORTE, CLÓVIS, SUJO, etc...

.
Comprávamos bexiga de boi no matadouro de Santa Cruz e batíamos no chão com tremendo barulho. Meus cunhados, decepcionados com o desânimo do carnaval de rua, nos levou para um condomínio no Méier. Mais de 30 crianças com largas fantasias de cetim super- coloridos, colete de veludo preto circundado por arminho e mil enfeites. As famílias olhavam perplexas pelas janelas, e o choro das crianças, misto de alegria, nervosismo e espanto. No final do espetáculo, as mães traziam os seus filhos, levantávamos as máscaras, emprestávamos a bexiga e brincávamos como nunca. PUREZA, ALEGRIA, INOCÊNCIA, ENTUSIASMO.

.

Pasmo quando vejo que marginais usam fantasias para assalto. Quem sabe, algum dia, teremos as BRINCADEIRAS SADIAS, CORAÇÃO ALEGRE ESPONTÂNEO, EXPLODINDO ENERGIA e FELICIDADE. Assim como Jó nunca perder a ESPERANÇA.

Francisco Apocalypse Dantas Médico Escritor

e-mail apocalypsedantas@uol.com.br

Nenhum comentário:

Postar um comentário