segunda-feira, 5 de março de 2012

ARTIGO DO AUGUSTO ACIOLI:"PELO FIM DO VOTO SECRETO NO BRASIL"

PELO FIM DO VOTO SECRETO NO BRASIL

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Parece incrível, porém, esta grande lição de resgate da dignidade parlamentar e política em nosso país, algo que deveria ser seguido e ampliado, nacionalmente, é prática comum nas eleições ou votações em entidades desportivas que já adotam, há décadas, o voto em aberto, favorecendo desta forma princípios éticos, morais, transparência administrativa e contribuindo para reduzir, através de uma exemplar disposição estatutária, tentativas ou ocorrências de acordos espúrios aos objetivos federativos.

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Cito, como exemplo, a ser seguido, a Federação de Judô do Estado do Rio de Janeiro – FJERJ que, no ano de 2012, alcançará a invejável marca de 50 (cinqüenta) anos de pleitos em que as manifestações de voto ocorrem a viva-voz.

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Ao longo de sua história iniciada em 09/08/1962 sempre existiram chapas de oposição disputando eleições e, justamente, em defesa disso, esse sistema de votação permaneceu consagrado e intocado.

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O voto secreto só deve existir nos casos em que os eleitores são levados a optar em cenários nacional, estadual ou municipal por aqueles que os representarão. Este procedimento visa protegê-los e resguardá-los de retaliações, sendo a única hipótese que se justifica, pois, na outra ponta posiciona-se o Estado, ou poderíamos afirmar o poder maior da república.

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Penso que os detentores de mandatos eletivos, no Brasil, deveriam – enquanto ainda é tempo – reverem posições e realizarem que a consciência política nacional está evoluindo e as cobranças populares a respeito deste mecanismo de votação se tornarão, a cada dia, crescentes.

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A Lei da Ficha Limpa não se encerra em si mesma, muito pelo contrário, é uma nova página do receituário de cidadania imposta pela vontade popular.

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É importante que todos nós realizemos que as trocas de poder no mundo civilizado não mais se processam via movimentos armados; isto é coisa do passado.

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Um cidadão comum, nos dias atuais, diante do teclado de seu computador possui um poder de arregimentação de iguais muito maior do que as mais competentes assessorias políticas de anos recentes. E se, adicionalmente, utilizar os recursos disponibilizados, sem ônus, pela multinacional americana Google que captura, seleciona, ensina, treina, testa e transporta idéias e/ou pensamentos ao longo do planeta, então nem se fala.

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O saber deixou de ser uma caixa preta, exclusivamente, administrada pelos poderosos ou aqueles favorecidos pela riqueza material.

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Lembro-me, ainda jovem, haver ouvido que o meu já falecido pai, Esdras Accioly de Oliveira, aprendera, sozinho, a língua inglesa e a francesa pelo estudo da grafia fonética quando residia no interior da Paraíba. Hoje, esse hercúleo esforço seria impensável, além de desnecessário.

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Em resumo, o amplo acesso à informação está trazendo grandes mudanças no proceder dos cidadãos brasileiros, algo que, talvez, os titulares de mandatos eletivos federais ainda não tenham se dado conta e, por isso, continuam trabalhando, apenas, 02 (dois) dias por semana, assinando listas de presença no plenário e embarcando, em seguida, para seus estados de origem, recebendo gordos salários, eternizando direitos e benefícios previdenciários, médicos, etc., acumulando crescentes fortunas, participando de não disfarçadas negociatas envolvendo cargos públicos, debochando da vontade popular e o que é pior, consagrando a imagem tornada pública por um ex-presidente da república quando ainda fora do poder afirmou que o Congresso Nacional Brasileiro era a “Casa dos 300 picaretas”.

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Os dias dos ocupantes de cargos públicos com este perfil estão terminando.

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Sugiro até que eles comecem a engolir seus últimos brioches, pois os contingentes de novos votantes estão se dando conta de que não é mais razoável permanecerem alheios ao que se passa na mente daqueles a quem elegem e que decidem, p. ex., sem demonstrar qualquer emoção ou culpa, a favor do crescimento de uma já asfixiante carga tributária a ser suportada pelos contribuintes, bastando para tanto pressionarem, rapidamente, seus discretos botões de votação.

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A grande conquista que o exercício do VOTO ABERTO proporciona é a transparência total entre candidatos, eleitores e opinião pública.

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Esse sistema que expõe aqueles que legislam sobre interesses públicos à avaliação popular é abominado pela maioria de políticos brasileiros que o rejeitam para melhor se posicionarem diante de eventuais interesses pessoais a serem favorecidos a cada discussão plenária, com destaque para aquelas envolvendo gordas cifras.

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Hoje, o crime de corrupção evoluiu a tal ponto que sua célula-mater migrou - sem disfarce - para o Congresso Nacional, sob o sinistro manto protetor do denominado "VOTO SECRETO".

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Ele é, em minha opinião, o mal maior que alimenta e oxigena o que existe de mais sórdido, inconfessável e criminoso nas decisões de cor cinzenta que a todo momento são denunciadas por corajosos jornalistas brasileiros.

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Atualmente, repousam no noticiário da mídia as derradeiras esperanças da população tupiniquim vir a tomar conhecimento do que se esconde nas entranhas de nosso parlamento.

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A prática do VOTO SECRETO pelos políticos brasileiros deve ser EXTINTA por tudo de ruim que ela acobertou em décadas de existência e EXTERMINADA como a praga maior que vem impedindo que os cidadãos possam acompanhar, de fato, o comportamento dos legisladores no exercício de seus respectivos mandatos.

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Pago para ver a cara dos ladrões do povo brasileiro quando forem obrigados a praticar o VOTO ABERTO, em temas polêmicos ou que envolvam elevados montantes de recursos.

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Nessas horas cuidem-se aqueles que desejam permanecer com a prática vil, histórica e impune – até a presente data – de malversação de fundos públicos.

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Finalizo com a seguinte chamada:

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"ABAIXO O VOTO SECRETO E PELO VOTO ABERTO, NO CONGRESSO NACIONAL, ASSEMBLÉIAS LEGISLATIVAS E CÂMARAS MUNICIPAIS PARA QUAISQUER PAUTAS.”

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Autor: Augusto Acioli de Oliveira

http://www.facebook.com/augao148

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