NATASHA x NICOLE
Natasha regressou ao Rio
dia 17 de julho. Ao contrário das outras vezes, hospedou-se no Hotel São
Francisco no centro da cidade, esquina da Av. Rio Branco. As suítes da
cobertura do Copacabana Palace estavam indisponíveis por obras no hotel, mas a
razão não era bem essa. Era a proximidade do Distrito Naval.
Ligou para que fosse vê-la
naquela mesma noite. Encontrei-a diferente, dessa vez usava um uniforme de
oficial, mais precisamente de uma Capitã-de-Corveta engenheira especializada em
química nuclear. Cabelos curtos, impecável no trajar do uniforme branco,
ostentava as barretas de medalhas de vinte anos de serviço e mérito naval.
-Que tal?- Perguntou,
iniciando uma conversa em gíria naval.
-Tudo safo? Não está
pegando nada?
Olhei a farda, o desenho
bem próximo do que havia imaginado o estilista Guilherme Guimarães e
apresentado pelas modelos, entre outras, por Carla de Souza Lima, filha saudosa
de um almirante. Notei que fora feita em alfaiataria, ou remodelada em alguma
boutique, tal a elegância no vestir, fugindo aos padrões militares, daqueles vendidos
em lojas. Acentuava suas curvas
femininas.
-Vai pegar! Apontei para a marca da lingerie ligeiramente
ressaltada.
A visita ao Centro
Experimental de Aramar,(CEA) programada pelo “REVIVA A MARINHA” para oficiais
da Reserva, seria no dia 19, quinta feira.
O CEA se localiza em Iperó
(SP), próximo a Sorocaba, onde a Marinha desenvolve a miniusina, utilizando
urânio enriquecido nas ultracentrífugas, que simulará o funcionamento, em
escala real, o reator do sistema de propulsão a equipar o primeiro submarino
nuclear brasileiro.
Nossas ultracentrífugas utilizam
um processo de levitação magnética com um consumo mínimo de energia e maior
capacidade de enriquecimento por ciclo, processo alvo da cobiça de outros
países.
O
Brasil guarda a sete chaves esse segredo tecnológico, limitando inclusive o
acesso de técnicos da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).
Dezenove de Julho de 2012
O ônibus do Comando do
Primeiro Distrito Naval, ar condicionado, poltronas de couro, aguardava, do
lado de fora do cais da bandeira, os vinte visitantes selecionados para a
visita a Aramar, Capitães-de-Mar e Guerra e Almirantes, alguns ainda na Ativa.
O branco magrelo do Azera, como motorista,
duas oficiais, guias da viagem, Natasha em seu uniforme branco corrigido e uma
Capitã-Tenente negra de belos traços.
Na manhã do dia seguinte, fomos
recebidos nas novas instalações do Centro Experimental Aramar, inauguradas em
fevereiro.
Inicialmente, visitamos o
Laboratório de Materiais Nucleares; Natasha se interessou particularmente pelo
espectrômetro de emissão atômica com plasma indutivo acoplado e também pelo
microscópio eletrônico de varredura com espectrômetro de energia dispersiva
acoplado. Esses equipamentos possibilitam a determinação de teores de
microconstituintes e análise química de material. Imaginou que o explosivo
plástico que levava em um dos botões de seu uniforme poderia ser assim
detectado mesmo depois de utilizado. Outro botão continha a microcâmera espiã.
Após o almoço, fomos
obrigados a usar roupas especiais de proteção radioativa com placas indicadoras
do nível de radiação absorvido; iríamos, afinal, conhecer de perto as
ultracentrífugas.
Não imaginava que fossem
tão grandes, cerca de dois metros, montadas em série. A sala onde nos
encontrávamos com quase cem metros de comprimento parecia um cenário de filme
de ficção. Era protegida por painéis que vedavam a fuga de radiação para o
exterior.
Vidros de grossa espessura
separavam os corredores onde estavam as ultracentrífugas impedindo que fossem
tocadas. . Calculei que haveria só naquela sala cerca de seiscentas.
Um dos cientistas que nos
acompanhava disse que a velocidade de rotação havia sido reduzida para evitar
prováveis desgastes
Aos meus olhos, o tamanho,
a velocidade e a cascata de processamento pouco me diziam. Na visão de Natasha
revelavam muitos mistérios.
FINAL
******************************************
O plano inicial seria provocar uma pequena explosão no ambiente das ultracentrífugas. Mais tarde, Olaf infiltrado no grupo de reparos, colheria material que permitisse decifrar o segredo do mancal de levitação. Natasha, satisfeita com o que vira, desistiu de detonar seu botão dourado do uniforme.
O plano inicial seria provocar uma pequena explosão no ambiente das ultracentrífugas. Mais tarde, Olaf infiltrado no grupo de reparos, colheria material que permitisse decifrar o segredo do mancal de levitação. Natasha, satisfeita com o que vira, desistiu de detonar seu botão dourado do uniforme.
Natasha estava muito
excitada por ter conquistado seu objetivo, pediu que ficasse com ela, iria
viajar pela manhã. Deixei-a de madrugada.
Nicole estava chegando e havia prometido que a
pegaria no aeroporto.
Levei Nicole para o meu
apartamento, estávamos no sofá disputando o melhor ângulo para ver um vídeo.
Portas, mesmo com trincos
de segurança, nunca foram obstáculos para Natasha, cujo voo fora transferido,
irrompeu na sala e possessa ao nos ver, insultou Nicole.
-O que esta periguete está
fazendo aqui? Vou acabar com você, mas quero que tenha todo o direito de
defesa, escolha como, aonde e quando!
-Florete, domingo 22, Praia
do Perigoso ao nascer do sol - respondeu friamente Nicole.
Natasha, perita em artes
marciais, treina com Wladimir Putin, uma das poucas ocasiões em que ele retira
o crucifixo ofertado por sua mãe.
Nicole, exímia esgrimista,
medalha de ouro em 2010.
******************************************
Domingo -22 de julho-
Praia do Perigoso- nascer do sol.
Natasha e Nicole – dois
médicos assistentes e um juiz.
As desafiantes usando tão
somente as máscaras protetoras, temiam pela beleza de seus rostos,os corpos
desnudos. O mais leve toque seria percebido de maneira mais eficiente que o uso
de sensores eletrônicos.
Iniciaram o duelo na posição
convencional de resguardo. Natasha procurou o contato, o braço estendido para a
estocada. Nicole completou a parada e contra-atacou em resposta, atingindo
Natasha na altura do ombro esquerdo bem próximo ao coração.
Nicole aproxima-se de
Natasha caída, o sangue correndo em sua pele morena. Natasha ainda se vira com
a agilidade adquirida nos treinamentos das lutas marciais, aproveita a abertura
de Nicole e também a fere.
Haviam se passado três
minutos, a luz do sol resplandecia nas duelantes nuas em suor e sangue.
O juiz e os dois médicos
se aproximaram interrompendo o combate.
Apesar de tanto sangue,
nenhum dos ferimentos era de gravidade, entretanto seria necessária uma
transfusão, como ambas tinham sangue tipo AB, ela foi realizada de imediato.
As duas moças foram
salvas. No hospital, lado a lado se tornaram amigas. Hoje moram juntas em um
flat no Leblon.
Tive que me converter ao
Islamismo!!
Aprendo russo com Natasha
e esgrima com Nicole.
Autor: Munir Alzuguir
E-Mail:alzumunir@gmail.com
E-Mail:alzumunir@gmail.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário