quinta-feira, 2 de agosto de 2012

CONTOS DO MUNIR 93

UM CONTO ÁRABE *

A princesa Nadia acordou chorando.  O seu príncipe Rachid, havia partido na madrugada, montado em seu corcel negro comandando um batalhão de cavaleiros em cavalos escuros como a noite. Iria enfrentar a horda de bárbaros chefiada por Nahoun, o Cruel, que sacrificava indistintamente nas aldeias, homens, mulheres e crianças em seu avanço pelas planícies da África do Norte.

Nadia estava só, os vândalos das cercanias, sabendo da ausência de Rachid, do palácio, se uniram para atacá-lo e saqueá-lo. A Guarda estava reduzida e os homens que restaram eram velhos ou quase incapacitados para combate.

Eram cinco grupos diferentes, inimigos entre si,que se uniram pela cobiça. Cada qual com seu respectivo líder.

Duas facções escalaram as muralhas fortificadas.

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Branca, sua roupagem; branca sua montaria, Nadia, tendo nas mãos a cimitarra, lidera a guarnição de defesa; a outrora meiga princesa se transforma em uma brava guerreira.

Nadia, Anjo em Luz, Nadia, a Primeira, honrando seu nome em árabe.

Assustados com aquela terrível aparição destruidora, lembrando a Indesejada Senhora das Trevas, os invasores, dominados pelo medo, se deixaram abater. Aprisionados foram seus líderes e alguns dos grupos.

Os anciãos da corte aconselharam à Princesa que libertasse os líderes e os prisioneiros, em troca de uma proposta de Paz.

Nadia concordou, aceitando seus conselhos em parte;

Brandindo a cimitarra com perícia, degolou de um só golpe um dos lideres, e logo a seguir o outro

Cavalgando pela muralha, a cimitarra manchada de sangue refletindo a luz do sol, em uma das mãos, e tendo na outra, a cabeça pendente de um dos chefes abatido, jogou-a na direção das turbas inimigas, repetindo o gesto com a do segundo.

A seguir, mandou que libertassem os demais, depois de despojados de suas vestes, que fugiram em desabalada carreira.

As tropas restantes, face à reação inesperada recuaram desarticuladas, tomadas de pavor.

Alguns dias depois, regressa ao palácio o Príncipe, após destruir Nahoun, o Cruel, e seus mercenários.

Encontra sua amada e doce esposa Nadia, que o esperava tranquila e feliz e o beija com seus lábios de mel.

*Inspirado na história de Inés de Suárez, heroína chilena, amante de Pedro de Valdivia. Ou teria sido Inés que se inspirou em Nadia, uma vez que o conto é de um século a.C.
Autor: Munir Alzuguir
E-Mail:alzumunir@gmail.com

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