UM CONTO ÁRABE *
A princesa Nadia acordou
chorando. O seu príncipe Rachid, havia
partido na madrugada, montado em seu corcel negro comandando um batalhão de
cavaleiros em cavalos escuros como a noite. Iria enfrentar a horda de bárbaros
chefiada por Nahoun, o Cruel, que sacrificava indistintamente nas aldeias, homens,
mulheres e crianças em seu avanço pelas planícies da África do Norte.
Nadia estava só, os
vândalos das cercanias, sabendo da ausência de Rachid, do palácio, se uniram
para atacá-lo e saqueá-lo. A Guarda estava reduzida e os homens que restaram
eram velhos ou quase incapacitados para combate.
Eram cinco grupos
diferentes, inimigos entre si,que se uniram pela cobiça. Cada qual com seu
respectivo líder.
Duas facções escalaram as
muralhas fortificadas.
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Branca, sua roupagem; branca
sua montaria, Nadia, tendo nas mãos a cimitarra, lidera a guarnição de defesa;
a outrora meiga princesa se transforma em uma brava guerreira.
Nadia, Anjo em Luz, Nadia,
a Primeira, honrando seu nome em árabe.
Assustados com aquela
terrível aparição destruidora, lembrando a Indesejada Senhora das Trevas, os
invasores, dominados pelo medo, se deixaram abater. Aprisionados foram seus líderes
e alguns dos grupos.
Os anciãos da corte aconselharam
à Princesa que libertasse os líderes e os prisioneiros, em troca de uma
proposta de Paz.
Nadia concordou, aceitando
seus conselhos em parte;
Brandindo a cimitarra com
perícia, degolou de um só golpe um dos lideres, e logo a seguir o outro
Cavalgando pela muralha, a
cimitarra manchada de sangue refletindo a luz do sol, em uma das mãos, e tendo
na outra, a cabeça pendente de um dos chefes abatido, jogou-a na direção das
turbas inimigas, repetindo o gesto com a do segundo.
A seguir, mandou que
libertassem os demais, depois de despojados de suas vestes, que fugiram em
desabalada carreira.
As tropas restantes, face
à reação inesperada recuaram desarticuladas, tomadas de pavor.
Alguns dias depois,
regressa ao palácio o Príncipe, após destruir Nahoun, o Cruel, e seus
mercenários.
Encontra sua amada e doce
esposa Nadia, que o esperava tranquila e feliz e o beija com seus lábios de
mel.
*Inspirado na história de
Inés de Suárez, heroína chilena, amante de Pedro de Valdivia. Ou teria sido
Inés que se inspirou em Nadia, uma vez que o conto é de um século a.C.
Autor: Munir Alzuguir
E-Mail:alzumunir@gmail.com
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