sexta-feira, 25 de março de 2011

ARTIGO DO AUGUSTO ACIOLI

"O Requentado Caso Vale S.A."

Os últimos dez anos assistiram ao fortalecimento e consolidação de dois agentes distintos, porém, com vorazes e idênticos propósitos em relação à empresa Vale S.A.: os megaespeculadores do mercado de capitais e um não disfarçado coronelismo político que se espalhou na vastidão do planalto central, através do palácio presidencial.

O primeiro, composto de apátridas por princípio, continua ganhando montanhas de reais demolindo, a partir de um somatório de notícias e boatos, o valor de mercado de nossas principais corporações, com destaque para a Vale e a Petrobras, e a um surreal custo anual de até 4% p.r.t., através de um produto denominado "Aluguel de Ações".

O segundo, ainda composto pelo Cara, seus liderados e alguns oportunistas de plantão viu no loteamento da maior mineradora do mundo e no justiçamento de sua competente diretoria, a chave mágica para, através da iniciativa privada ter acesso, direto, aos governos de dezenas de nações, bem como a um formidável cabide de empregos.

A estratégia companheira demonstrou desconhecer a importância de uma variável intangível que a tradição acadêmica ainda não soube quantificar ou avaliar: o talento e a competência dos gestores de qualquer companhia.

Conspirar, através de um Ministro da Fazenda, para impor na Presidência da Vale S.A., ao arrepio de sua Assembléia de Acionistas, um doutrinado Comissário do Povo que apenas saiba dizer "Amém e Sim, Senhor" a seus padrinhos políticos, contribui não só para destruir a imagem de nação emergente e séria que os brasileiros vem lutando para consolidar no cenário internacional, como também a crença de que aqui existe e se pratica uma democracia plena.
Autor: Augusto Acioli de Oliveira
Economista

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