EU SOU A PRESIDENTA
Inicialmente, gostaria de enfatizar que
rejeito - desde que dela tive conhecimento - a
reforma ortográfica imposta "goela abaixo" do povo brasileiro por um
cidadão que sempre se vangloriou de não haver estudado e que, ainda assim, por
vontade popular, assumiu o mais elevado cargo da administração pública do país.
Sinceramente, não sei
qual dos 02 (dois) lados devo parabenizar.
As deploráveis e novas
regras ortográficas colocadas em prática, no Brasil, tiveram a principal
finalidade de aproximá-lo (o dono da caneta) de possíveis votos de pequenos
países de língua portuguesa, objetivando atender a seus monoglóticos delírios
internacionais.
As populações totais
das nações alcançadas pelo referido acordo "cultural" envolvendo o
nosso idioma, somadas - isto mesmo - não atingem 65 milhões de pessoas, ou
seja, quantitativo pouco superior a um terço dos nacionais brasileiros.
O português falado, no
Brasil, guarda raízes e laços culturais com o nosso antigo colonizador e demais
colônias ultramarinas, igualmente, ocupadas ou invadidas (marquem a opção
desejada), por suas tropas; tão somente isso.
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Agora, daí para
cometer-se um crime contra o idioma pátrio vai uma distância interplanetária.
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A insanidade,
irresponsabilidade, deboche e vassalagem contidos na imperdoável ação de
lesa-pátria, consumada através desta absurda reforma ortográfica típica de
regimes como o daquela aberração revolucionária denominada Pol Pot (que já foi
idolatrado por nossos ex-guerrilheiros anistiados), não podem referendar o
citado ato impregnado de erros e mesquinhos interesses pessoais; pelo
contrário.
Nesta hora é que
aqueles auto-proclamamados “intelectuais”, “libertários cara-pintadas de
araque”, “esquerdistas progressistas”, “nacionalistas”, “acadêmicos”, professores,
congressistas, etc. deveriam questionar o que será feito a respeito dos milhões
de textos e publicações já editados em um país que ainda agasalha vergonhosos
índices de exclusão educacional, bem como quanto ao destino do acervo de
centenas de milhares de bibliotecas espalhadas pelas avenidas, ruas, praças,
becos, ruelas, vielas, cortiços e acampamentos existentes nestes 8.513.844 quilômetros quadrados (ensinamento de 1960) de
nosso espaço territorial.
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Gostaria que alguém me
respondesse de que forma um analfabeto vai conseguir entender, assimilar,
aprender ou sonorizar palavras de diferentes significados com grafias idênticas
e sons distintos, sem o uso de acentos?
Com certeza, chegariam
aos meus ouvidos debochadas e irônicas falas de lavra de alguns dos bem
comissionados especialistas de plantão, lotados em gabinetes do ministério da
educação, tipo: “ora, digam ao moço que se trata de algo muito simples de
resolver, basta que ELES (os excluídos, educacionalmente) prestem atenção ao
sentido da frase.”
Pelo acima exposto, não
tive qualquer surpresa com relação ao objeto da Lei
12.605 de 03 de abril de 2012 que nada mais é do que um
natural desdobramento da inacreditável, se não fosse verdadeira, reforma
ortográfica implantada pelo anterior ex-sindicalista-ex-presidente (será
mesmo?) - com todo respeito - como escreve conhecido jornalista.
Queiram ou não os
senhores ex-barbudinhos de plantão admitirem (alguns ainda têm a cara-de-pau de
afirmarem possuir um glorioso curriculum vitae de ações revolucionárias), tais
intervenções pontuais seguem o receituário de ultrapassados e bolorentos
regimes ditatoriais ou daqueles candidatos a sê-lo.
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Quando um poder
executivo não se contenta mais com sua forma companheira de ser e governar
através de 38 (trinta e oito), enfatizo, ministérios e passa a editar Leis que
impõem, à choldra, vontades pessoais, algo típico de governantes freqüentadores
de comissões de direitos humanos das Nações Unidas, é hora de todos começarem a
colocar “suas barbas de molho” e pensarem no que mais lhes reserva o futuro.
Parece incrível que a
nação brasileira ainda não tenha se dado conta de que as ações governamentais
envolvendo o idioma pátrio já passaram, inclusive, a mascarar e interferir na
qualificação de atos criminosos cometidos por autoridades.
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Chamar de
"malfeitos" apropriações e desvios de recursos públicos é,
minimamente, tentar desacreditar respeitados autores dos dicionários de língua
portuguesa.
Para mim, o país
asiático "Coréia" continuará sendo escrito com acento agudo.
Ignoro a supressão do
trema e não dobrarei, jamais, uma consoante em função de cômodas retiradas de
hífen (regra que também não concordo), com vistas a tornar corretos rotineiros
erros de redação, com destaque para aqueles cometidos por cidadãos que tenham
alcançado, em algum momento de suas vidas, um topo que consideravam de contorno
imperial e de propriedade privada.
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Se tais mandatários
quiserem aprender a ler e escrever que procurem a escola pública mais próxima,
pois, principalmente, para elas deveria ser canalizada, e não é, grande fatia
da elevada tributação com que somos extorquidos diariamente.
Gostaria que vocês
revisitassem as páginas de nossa história recente no capítulo que conferia aos
antigos governadores a gestão de bancos estaduais, ou em outras palavras,
elegia-se um candidato por 04 (quatro) anos e ele ainda ganhava, de bônus, um
banco para administrar; o resultado dessa história todos nós conhecemos, principalmente,
os grandes conglomerados financeiros que ficaram maiores e ainda mais ricos.
Com base no exemplo
dado, acima, os 04 (quatro) anos de mandato permanecem, mudaram, apenas,
os números envolvidos, que nos dias de hoje já ultrapassam incríveis R$
bilhões, algumas vezes, dirigidos para obras ou serviços, sem licitação,
conforme nos repassam destemidos profissionais de imprensa que já começaram a
servirem de alvo a matadores profissionais.
O noticiário do jornal
O Globo (24/05/2012, RIO, p.21) está municiando os seus leitores com
reveladores dados sobre a multimilionária transação, ora em curso, envolvendo a
venda do terreno onde está situado o quartel-general da Polícia Militar do
Estado do Rio de Janeiro (construção original de 1740) para a construção de um
novo edifício-sede da multinacional Petrobras S.A.
A propósito: lembram-se
dos 04 anos mencionados em parágrafo anterior?
Afinal qual é o valor
do patrimônio histórico de uma cidade como o Rio de Janeiro que é apregoada
como o maior pólo turístico brasileiro? memória conservada e divulgada gera, ou
não, educação, cultura, riqueza, postos de trabalho e maior arrecadação de
impostos?
Esses ocupantes eleitos
para cargos públicos têm que realizar, de vez, que seus postos de trabalho são,
tão somente, passageiros e que a conta de seus desmandos e deslizes lhes será
cobrada, mesmo que tentem usar o artifício de mandarem demolir,
antecipadamente, os próprios cujos terrenos desejarem alienar para criarem a
situação de fato consumado, de terra arrazada ou, juridicamente, a perda do
objeto de uma causa que se afigura como de interesse de toda a população de um
estado da federação, excluindo-se, por óbvio, os principais negociadores da
transação.
Com os recursos
disponíveis que a empresa Petrobras S.A. possui ela poderia construir seu novo
edifício-sede em qualquer rincão que desejasse; por que então, justamente, em
um sítio repleto de história?
Pego uma carona neste
imbróglio imobiliário e faço chegar, pela enésima vez, ao conhecimento de
gestores da Petrobras S.A. a seguinte avaliação pessoal: por que razão os
senhores não dirigem seus esforços e o poder político que a corporação possui
para exterminarem ou domesticarem a cinzenta operação bursátil denominada
“Aluguel de Ações” responsável direta pelas periódicas e mastodônticas perdas
de valor de mercado da companhia em R$ bilhões de reais que enriquecem, há
anos, mega-especuladores e oportunistas, ao invés de tentarem tomar um
patrimônio da população do Estado do Rio de Janeiro? Que tal primeiro fazerem o
dever de casa, defendendo a empresa e seus verdadeiros investidores ao invés de
desrespeitarem o povo e as tradições de um estado da federação?
Mas, voltando aos tais
04 (quatro) anos de mandato:
Estas teclas que ora
utilizo não servirão como cúmplices da Lei 12.605, de 03/04/2012, para
denominar futuras diplomações, promoções ou nomeações do quilate de
"almiranta", "tenenta-brigadeira", "generala",
"coronela", "majóra", “tenenta”, "lixeira",
"porteira", "agenta de trânsito" e muito menos para
enaltecer aqueles que através de seguidas ações oportunistas e revanchistas
estão alterando, por absurdo, até mesmo o nome do cargo de Presidente da
República do Brasil.
Autor: Augusto Acioli de Oliveira
Email: augao148@gmail.com
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