segunda-feira, 2 de novembro de 2009

ARTIGO DO AUGUSTO ACIOLI

“51 ANOS ATRÁS”
Fui para a rua, naquele dia, um vencedor, um verdadeiro Campeão do Mundo. Poucos minutos antes, havíamos, a Seleção Brasileira e Eu, derrotado os Suecos, na casa deles e na presença de seu Rei. Não vou me esquecer, jamais, daqueles momentos em que toda a minha família vibrava, intensamente, através da fantástica performance dos locutores esportivos da época, ao redor de um pequeno rádio de válvulas, gabinete em plástico na cor bege, com dois botões e cujo mostrador das estações se movia em semi-círculo.

Quanto sofrimento quando “ELES” fizeram o primeiro gol. Foi tudo tão rápido que não deu tempo sequer de absorver o golpe. Logo em seguida, para nossa alegria o grande VAVÁ, em cruzamento magistral do extraterrestre MANÉ, empatava.


Meu DEUS, que gritaria, quantos abraços apertados: VIVA O BRASIL! Pouco tempo depois, mais uma vez, lá estava ele, VAVÁ, fulminante, em um outro centro do MANÉ. Momentos após, PELÉ, um garoto um pouco mais velho do que eu, em plena final da Copa do Mundo de 1958, com um senhor lençol dentro da grande área Sueca, entorta e maravilha os europeus, para nós, naquela época, verdadeiros e distantes senhores feudais. Em seguida, ouvimos o gol daquele que com o passar do tempo viria a se transformar em um técnico teimoso, ranzinza, brigão e, também, competente: o formiguinha ZAGALLO.

Finalmente, fechando o placar, PELÉ de cabeça: BRASIL 5 x SUÉCIA 2. O árbitro apitou o final do “match”. Chegara a hora do Mundo conhecer o gesto que imortalizou a vitória brasileira, quando BELLINI, o capitão daquele batalhão invencível, ergueu a Taça! Vencemos, gritavam e choravam todos naquela sala: o BRASIL é Campeão do Mundo! Viva o BRASIL!
É, quanta responsabilidade sempre teve a Seleção Brasileira de Futebol! Além de enfrentar os mais valorosos adversários, tem a permanente obrigação de dar ao povo do país a sensação de felicidade, nem que seja, apenas por um mês, a cada quatro anos.

Eu tinha, então, 12 anos, estudava no ginásio, era baixinho e as meninas não queriam nada comigo, pois o ISO 9000 da categoria, na época, eram os rapazes altos e acima de dezoito anos. Naquele dia, entretanto, o fato de não ter uma garota para namorar foi irrelevante, pois MANÉ, DIDI e PELÉ ficaram com as louras Suecas, minha família bebendo muitas louras geladas, e eu imaginando como seria, no futuro, a MULHER DA COPA DA MINHA VIDA!

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