A principio esta poderia parecer uma estória pornográfica, lembrando Marlon Brando em “Ultimo Tango em Paris”. Sexualmente não é. Na verdade é a “manteiga e manteiga segredo da culinária francesa”. Entretanto é imoral porque foge aos parâmetros da normalidade naval.
Deveria ser contada, como todos os segredos preservados, alguns anos mais tarde, porém, como poucos a conhecem e a maioria dos protagonistas já não mais aqui está, e dela se esqueceram pelo passar do tempo ou por degeneração de neurônios, ela será relatada. Então, deve ser entendida como uma fantasia criada pelo autor eximindo-o assim:
- “qualquer semelhança com fatos ou pessoas da vida real será considerada como mera coincidência”.
Vamos à divagação:
Jerônimo trabalhava em um laticínio, na verdade era um dos diretores e ele próprio se encarregava de realizar as vendas para grandes empresas. Morava no mesmo prédio, dois apartamentos acima do de Paulo Adolfo, no Leme. Sabia que ele era oficial da Marinha.
Certo dia, ao cumprimentá-lo disse:
- Esses seus colegas marinheiros, Hein!!
Não entendendo a ironia, Paulo Adolfo perguntou de que se tratava.
Ele falou que havia vencido uma concorrência de venda de manteiga para as Organizações Navais e fora chamado a concretizar o negócio. Na sala do responsável lhe foi dito que o seu preço por quilo estava abaixo do mínimo considerado na cotação. Que mesmo assim a manteiga seria comprada, por ser conhecida no Mercado e bem aceita. Entretanto, por formalidades, o preço que lhe seria pago seria o cotado e a diferença ele devolveria em dinheiro a ser destinado a um Fundo Naval. Disse que a verba era para reparos de navios e outras finalidades não consideradas no Orçamento Oficial da Marinha.
Questionava o que ele, como oficial da Marinha achava, pois estava estranhando o procedimento, uma vez que o dinheiro devolvido foi jogado em uma gaveta, sem nenhum protocolo.
Tenente moderno, ao chegar a bordo, Paulo Adolfo relatou o fato ao seu Imediato, a quem muito prezava e confiava. Este o aconselhou a redigir uma parte de ocorrência que elaboraram juntos, o tenente assinando. O seu superior encarregou-se de encaminhá-la.
As conseqüências foram quase que instantâneas. O chefe daquele Departamento foi exonerado no dia seguinte.
Paulo Adolfo, a partir daí, recebeu em casa ligações de autoridades pedindo a retirada da parte para salvaguardar o bom nome da Marinha e uma vez que as “devidas providencias” haviam sido tomadas.
Foi alertado pelo Imediato a não fazê-lo, que ele ficaria em uma posição bastante desconfortável, podendo até ser julgado como fraco e inconseqüente. Uma investigação já estava em curso e tanto ele como o vendedor da empresa seriam chamados como testemunhas para abertura do inquérito a seguir.
Resultado da Estória: o Jerônimo nunca mais vendeu manteiga para navios e as guarnições levaram um bom tempo passando margarina no pão.
Paulo Adolfo detestava margarina.
Eu também.
Ele falou que havia vencido uma concorrência de venda de manteiga para as Organizações Navais e fora chamado a concretizar o negócio. Na sala do responsável lhe foi dito que o seu preço por quilo estava abaixo do mínimo considerado na cotação. Que mesmo assim a manteiga seria comprada, por ser conhecida no Mercado e bem aceita. Entretanto, por formalidades, o preço que lhe seria pago seria o cotado e a diferença ele devolveria em dinheiro a ser destinado a um Fundo Naval. Disse que a verba era para reparos de navios e outras finalidades não consideradas no Orçamento Oficial da Marinha.
Questionava o que ele, como oficial da Marinha achava, pois estava estranhando o procedimento, uma vez que o dinheiro devolvido foi jogado em uma gaveta, sem nenhum protocolo.
Tenente moderno, ao chegar a bordo, Paulo Adolfo relatou o fato ao seu Imediato, a quem muito prezava e confiava. Este o aconselhou a redigir uma parte de ocorrência que elaboraram juntos, o tenente assinando. O seu superior encarregou-se de encaminhá-la.
As conseqüências foram quase que instantâneas. O chefe daquele Departamento foi exonerado no dia seguinte.
Paulo Adolfo, a partir daí, recebeu em casa ligações de autoridades pedindo a retirada da parte para salvaguardar o bom nome da Marinha e uma vez que as “devidas providencias” haviam sido tomadas.
Foi alertado pelo Imediato a não fazê-lo, que ele ficaria em uma posição bastante desconfortável, podendo até ser julgado como fraco e inconseqüente. Uma investigação já estava em curso e tanto ele como o vendedor da empresa seriam chamados como testemunhas para abertura do inquérito a seguir.
Resultado da Estória: o Jerônimo nunca mais vendeu manteiga para navios e as guarnições levaram um bom tempo passando margarina no pão.
Paulo Adolfo detestava margarina.
Eu também.
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