terça-feira, 29 de dezembro de 2009

ARTIGO DO AUGUSTO ACIOLI

"Cotas, Calções & Rock`n`Roll"

A noite de sábado, dia 18 de fevereiro de 2006, ficará marcada para sempre na memória daqueles que assistiram ao megashow dos Rolling Stones na Praia de Copacabana, na Cidade do Rio de Janeiro, não só pela dimensão planetária do espetáculo, como também pela demonstração ao mundo da existência, em nosso país, de uma consagrada e abundante miscigenação de raças que gerou o que podemos, orgulhosamente, denominar de Nação Brasileira.

A Praia vibrava e explodia de energia sob os olhares de milhões de cidadãos que apreciam música, diversão e calor humano.

Nada mais democrático do que a escolha do cenário deste evento haver recaído sobre as areias de uma das praias mais famosas do mundo: Copacabana, um dos símbolos de nossa querida cidade, que ainda permanece "Maravilhosa" em nossas mentes e corações.

E não podia ser diferente, por sua indiscutível beleza e por ser a praia o único lugar do mundo em que todos são iguais perante os seus próprios trajes de banho, sejam multicoloridos ou não, grandes, pequenos, mínimos,... enfim, já que lá, são eles a única referência.

Naquele ambiente de muita luz e abundante oxigenação não existe espaço para considerações pontuais e oportunistas do tipo: cotas raciais, herança escravagista, dívida histórica, origem afro-brasileira, raízes culturais, discriminação racial, mensagens de autoridades, políticos, intelectuais, artistas, campesinos, ..., até por que, à beira-mar, todos têm consciência de que o entendimento de nossas vias públicas grita, aos quatro cantos, que o Brasil possui a mais completa sopa de povos do planeta Terra.

Na orla, a beleza humana ignora e sufoca teorias esdrúxulas e mesquinhas; pessoas claras e escuras juntas, abraçadas, namorando, brincando, sorrindo, jogando voleibol, futebol de areia, peteca, cartas, lendo jornais, revistas ou folhetos, bebendo muitas "cervas" geladas, refrigerantes, água mineral, mate, tomando sorvetes, abocanhando "sandubas", sardinhas fritas, camarões no espeto e até queijo de coalho, parecem que entoam em suas mentes o refrão "Deixa a vida me levar, vida leva eu..."

Dava gosto ver aquela massa humana se remexendo "prá valer" aos acordes de Satisfaction ou cantando, não importando se falavam "hum-hum" ou o inglês de Oxford, Bronz, Cambrigdge, Londres, Nova Iorque ou o nosso muito conhecido "Inglês Fonético". O que estava em jogo era participar do maior espetáculo praiano do século: "O Show da Banda dos Rolling Stones na Praia de Copacabana".

E parafraseando um dos maiores ídolos da música brasileira, o nosso saudoso Tim Maia, que repetiu durante décadas: "Naquele dia, Valeu: Valeu Tudo!".

Com tantas demonstrações de igualdade entre nós, brasileiros, surgiram de uns anos para cá, legítimos oportunistas de carteirinha ora encastelados em tribunas públicas, ora debruçados sobre cátedras, ora travestidos de povos africanos, deitando falação de que éramos escravagistas e que os negros, no Brasil, sempre foram discriminados, segregados, amontoados nas prisões e nunca tiveram reais chances de progredirem socialmente.

Será que essa turba insana e irresponsável já meditou quanto ao fato de que alguns de nossos melhores escritores, artistas, músicos, professores, esportistas, etc. possuíam ou possuem a cor da pele, escura? Recuso-me a chamá-los de negros, mas sim mestiços, tal qual a mim mesmo, de pele mais clara.

Perdi a conta do número desses educadores que tive o privilégio de ser aluno já a partir do antigo Colégio do Atheneu São Luiz, lá na Rua Silveira Martins, no bairro do Flamengo, Rio de Janeiro, RJ. Meus colegas da época lembram-se, até hoje, do famoso Professor de Latim e Língua Portuguesa, Pompílio da Hora.

E aqueles integrantes das forças armadas e auxiliares, polícias federais, estaduais, civis e militares, advogados, médicos, psicólogos, cientistas, jornalistas, escritores, vereadores, prefeitos, governadores, deputados estaduais, federais, ministros em todos os escalões da república, ... afinal, como eles galgaram esses postos? Asseguro que não foi em razão da doutrina nazista de cotas raciais, até por que, é sabido, esse conceito está ultrapassado, acadêmica, militar e definitivamente desde a IIª grande guerra mundial.

A lamentar que tenha sido necessário um conflito bélico envolvendo as principais nações do planeta e que ceifou milhões de vidas para que fossem demolidos os alicerces da tresloucada tese do ditador Hitler que pregava a supremacia racial ariana. Como é sabido, após contribuir, decisivamente, para destruir a própria Alemanha, o covarde "demente" suicidou-se.

Quanta leviandade mascarando objetivos inconfessáveis, interesseiros e escusos! Quanta Falácia!

Naquela inesquecível noite, a maior banda de rock`n`roll tocou para - segundo a mídia - dois milhões de espectadores, sabidamente, mestiços. Chamar alguém de branco ou negro no Brasil, além de erro grotesco, procura mascarar uma verdade guardada, há séculos, neste país. Aqui, como no resto do planeta, não existem mais raças puras, sejam elas quais forem.

O que persiste é a obsessão de alguns arrivistas em constituir novos núcleos de poder ou nichos eleitorais e deles tirar o máximo proveito nem que para isso seja necessário idealizar, estimular e promover conflitos de qualquer natureza com impacto para as futuras gerações de nacionais.

Estou cansado de ler, escutar ou assistir, através da mídia, indivíduos de fala articulada ou não discorrendo sobre a discriminação racial no Brasil, logo aqui, sabidamente, um território que poderia ser chamado "a verdadeira feijoada completa dos povos do planeta".
Falar em existência de raças puras é brincar de Pinóquio ou chamar os demais cidadãos de ignorantes.

Mais uma vez, identifica-se que os radicais e divisionistas de sempre querem acender fogueiras para testarem a solidez do sistema democrático do Brasil, na esperança de que surjam corpos ensangüentados em praças públicas que venham a justificar seus atos insanos e premeditados. É o que poderíamos denominar de demente sonho de intransigentes, envelhecidos, ultrapassados, frustrados e inconformados ideólogos de um ultra-esquerdismo terceiro-mundista.

A sociedade brasileira vem assistindo - por enquanto ainda calada - a invasões de terras e próprios públicos, bloqueios de rodovias, avenidas, ruas, saques em centros de abastecimento e em caminhões transportadores, agressões e seqüestros de servidores públicos, funcionários ou colaboradores de órgãos públicos e empresas privadas pela ação criminosa de milícias integradas por participantes dos chamados movimentos sociais e/ou grupos de indivíduos considerados inimputáveis que incorporam aos personagens cenográficos - que dizem representar - bordunas, facões, lanças, tinta de urucum, penas de araras, ... apesar de vestirem, cotidianamente, trajes civis e da moda, portarem celulares e telefones, por satélite, dirigirem carros importados e participarem do lucrativo comércio da venda ilegal de madeiras de lei.

Esses últimos, contabilizando algumas centenas de milhares, já controlam expressivas porções do território nacional, benesses essas concedidas pela decisão de apenas 11 (onze) togados, algo inacreditável em se tratando de um país com mais de 190.000.000 de habitantes. Não tenho qualquer dúvida de que nossa Suprema Corte um dia será responsabilizada por futuras e imprevisíveis conseqüências geo-políticas de tão lamentável sentença.

Chega a soar como hilário que 11 (onze) cidadãos tenham tido o monárquico poder de entregar substantiva parcela do território nacional a alguns poucos milhares de outros, de origem índígena, ignorando o quantitativo da população brasileira e sequer cogitando que decisão de tal envergadura somente deveria haver sido tomada por via plebiscitária.

Essas reordenações da terra pátria tomadas a partir de uma não disfarçada pressão de grupos políticos internacionais e locais enchem de júbilo poderosos interesses industriais estrangeiros que se preparam para avançar em fatias cada vez maiores de nossos estoques de bens estratégicos.

Enquanto isso, os demais cidadãos que pagam impostos estão proibidos de transitarem pelas áreas territoriais já demarcadas. Para fazerem jus a tal restrição é suficiente, tão somente, que sejam brasileiros. Os donos de ONGS, ao contrário, sempre tiveram trânsito livre naqueles rincões, principalmente, se o idioma por eles falado for o inglês.

É importante que a sociedade brasileira realize, enquanto ainda dispõe de tempo, que essa história de cotas raciais, insegurança pública generalizada, comércio ou livre trânsito de grandes quantidades de armas de guerra e drogas proibidas em todo o território nacional, bloqueios a qualquer momento de estradas de ferro, rodovias, avenidas ou ruas, pajelanças em praças e/ou órgãos públicos, invasões de propriedades privadas e próprios públicos, seqüestros e assassinatos de funcionários públicos, policiais, juízes, promotores, prefeitos, etc. faz parte de um mesmo pacote que objetiva comprovar, mundialmente, que se não possuímos condições de garantir o ir e vir de nossos cidadãos, não somos competentes para deter a posse e o controle das maiores reservas de água doce, minerais estratégicos e florestas do planeta.
Esse é o estuário onde pretendem fazer desembocar nossa república federativa. Nessa ocasião, muitos de nós não estaremos mais por aqui para defender o que nacionais honrados e competentes nos legaram, no passado, seja através de firmes determinações, vitoriosas batalhas ou competentes tratados.

Finalizo, agradecendo à banda dos Rolling Stones, que com sua maravilhosa performance na Praia de Copacabana, na Cidade do Rio de Janeiro, me forneceu decisivos argumentos para afirmar, com todas as letras, que a política de cotas raciais, no Brasil, faz parte de um ambicioso projeto de contorno fascista que tem como objetivo final minar nossa ordem democrática e reduzir a soberania nacional brasileira.

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